quarta-feira, 22 de junho de 2016

ECOS POLÍTICOS...: Todos iguais, ... (em Japaratuba, todos já estiveram com todos), mas uns são mais iguais que os outros - Parte 1 de 3.

Anotações sobre as eleições municipais desde 1982.
(*) por Claudomir Tavares |
claudomir21@gmail.com
 
A história política de Japaratuba reserva alguns capítulos cuja importância e relevância nos remeten a dois períodos que se completam: "Sua emancipação se deu em 11 de junho de 1859, contudo, em 24 de agosto de 1934, pelo Decreto-lei 238, do então interventor federal coronel Augusto Maynard Gomes, a sede do município foi elevada à categoria de cidade." (Japaratuba, 2014).

Japarariba é um município de bons frutos na política, os quais, resguardadas as divergências políticas (naturais e legítimas), tem contribuido, cada um em seu tempo e a seu modo, para qualificar com um elevado grau de politização, evidentente que estabelecendo um paralelo entre os municípios vizinhos.
A coluna desta quarta-feira, 22, e pelas que se seguem, fará um registro - não conclusivo - aberto às contribuições dos que nos honram com a leitura diária e neste particular, semanal - das disputas eleitorais ali travadas em 1982, 1988, 1992, 1996, 2000. 2004, 2008, 2012 e a que se realiza este ano.

■ Eleições "proporcionais".

As eleições de 1982 foram as últimas regulamentadas pela legislação eleitoral gestada no Regime Militar (1964/1985) de triste memória e que para favorecer ao partido do governo (anres ARENA e a época, o PDS) se permitia agrupar os resultados de até três candidatos e o mais votado seria o eleito. Apesar de sair das urnas como o mais votado, Jócio Nascimento, o Jócio do Senhor Abdon (PMDB), que fora o substituto do candidato Padre Gerard Olivier, impugnado pela Justiça Eleitoral, ganhou mais não levou, uma vez que ao seu principal adversário,  Pedro Moura Neto, somaram-se os votos de mais dois candidatos do PDS, sendo ele eleito tendo como vice-prefeito o médico José Augusto Correia (Zé Du), tomando posse em 15 de março de 1983 para o último mandato de 6 anos. Para muitos de minha geração que acompanharam a gestão de Pedro Moura, fora esta a mais produtiva do período analisado nesta e nas próximas postsgens.

■ Não estava só.

Pedro Moura tinha um vice-prefeito cujo coração, generosidade e sapiência era do tamanho da grandeza de Japaratuba: Dr. Zé Du (que hoje denomina com justeza a Clínica de Saúde da Fsmilia). Havia na Câmara Municipal aquele que foi o mais brilhante vereador da história política desde 1934: JUCA  (nosso eterno mestre, professor e advogado Juscelino Pinheiro de Britto, com o qual aprendemos lições que foram edificantes em nossa formação para a vida.

■ Tira-teima ou revanche?

A eleição de 1988 foi um espécie de tira-teima (ou revanche) de 1982 e dessa vez vencida pelo Padre Gerard (PMDB) e Hélio Sobral (PDC), contra Carlos Lemos (PFL) e Augusto Prado - vice (PPB), apoiados pelo prefeito Pedro Moura (PFL) - Pedrinho, como é carinhosamente conhecido pelos seus conterrâneos, tinha aprovação de mais de 80% da população, segundo registros do jornal "O Regional" mas não conseguiu transferir este espólio popular da administração para fazer o sucessor.

■ De cinco para dez.

Nessa eleição passamos de cinco para dez o numero de vereadores, ampliando a representação parlamentar. Amllton do caminhão foi o mais votado e quatro anos depois (1992) não se reelegeu. Graças ao prestígio politico de Pedro, seu irmão Osman Moura (esposo de nossa colega professora Silvania) se elegeu vereador.

■ A retribuição...

Ao escolher Hélio Sobral para seu vice-prefeita em 1988, Padre Gerard acenava para não ter novos "problemas" com a Justiça Eleitoral (como teve em 1982) - o pai do jovem engemheiro agrônomo era o saudoso desembargador Luiz Rabelo Leite. Assim, retribuiu o apoio e em uma disputa eleitoral contra o ex-prefeito Pedro Moura (PFL), Hélio agora no PMDB tendo o ex-candidato a prefeito na eleição anterior, Carlos Lemos (PP) como vice-prefeito,  se elegeu para um mandato que não repetia a "Força Popular", e dava uma guinada a direita, inclusive sepultando a Gestão Democrática nas escolas (reivindicação dos professores através do SINTESE), implantada pelo padre, com o qual viria a romper no final de 1995 e início de 1996.

■ Frase da semana:

"Os animais são todos iguais, mas uns são mais iguais que outros."" (George Orwell ORWELL)..
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(*) Claudomir Tavares  (47) é professor de História, Sociedade e Cultura da rede estadual em Propriá e municipal em Pirambu. Membro da SOS Rio Japaratuba, do GEPEPP, do Forum Poder Popular, do CCP, do CEMARX, da APLCAD e Diretor-Fundador da Tribuna da Praia.
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