Há uma chantagem política para que os bons possam sair em defesa dos maus.
Para vencer a sua primeira eleição presidencial em 2002 o
PT lançou em fevereiro daquele ano a "Carta aos Brasileiros", através da
qual se comprometia em manter irretocável a política econômica
neoliberal gestada no governo FHC (PSDB/DEM).
O primeiro passo deu-se ainda na formação da chapa ao
escolher o mega industrial mineiro José Alencar (PL), representante do
que de mais reacionário existia na política brasileira, que carimbava em
caso de vitória o compromisso com as elites do país que dessa vez o via
como um deles.
Nas eleições anteriores, disputadas em 1989, 1994 e 1998
Luis Inacio Lula da Silva teve como vice o senador José Paulo Bisol
(PSB/RS), Leonel Brizola (PDT/RJ) e Aloizio Mercadante (PT/SP), digamos
assim, alguém do campo "democrático popular".
■ A esperança venceu o medo:
A vitória de Lula em 2002 encheu de esperança o povo
brasileiro que vencia o medo e anunciava a partir de 2003 uma
perspectiva de rompimento com o modelo neoliberal, mas não demorou muito
para que se verificasse um estelionato eleitoral, motivando a saida da
esquerda que acreditou no governo liderado pelo ex-íder operário, que se
converteu em um gerente do capitalismo.
■ Mensalao:
Os escândalos de corrupção não demoraram a estourar e para
assegurar a govetnabilidade promiscua, Lula operou o famigerado
Mensalão; eacalando o ministro Zé Dirceu, que declarou fidelidade
canina, indo ao matadouro e livrando o pescoço do chefe que graças a
ingenuidade do povo brasileiro, saiu ileso do olho do furacão e renovou o
mandato em 2006.
■ O Cara:
A partir daí retocou a receita do imperialismo, seguindo a
risca o mudus operandi de Washington, o que lhe valeu os carinhos e
afagos do presidente dos EUA, Barack Obama que o tratava pela alcunha de
"O CARA".
■ Sopa X Caviar:
Graças a uma política de migalhas para os pobres, reunindo
programas dispersos e adjetivada de "Bolsa Família", promoveu a
distribuição de renda cujo valor investido anualmente era a diferença do
lucro entre o maior e o segundo banco privado no país. Na prática, Lula
distribuiu sopa para os pobres e caviar para os ricos - cartão para os
brasileiros e dinheiro para os banqueiros.
■ Aves de rapina:
Lula foi tão operoso na producente relação com o capital
que ampliou sua base de sustentação e elegeu sua sucessora em 2010, a
ex-ministra das Minas e Energia e depois da Casa Civil Dilma Rousseff,
que tinha o fisiologista Michel Temer (PMDB) como companheiro de chapa -
olhe o golpe! Neste meio tempo, o PT estreitada sua relação com algumas
figuras non gratas, a exemplo de Paulo Maluf e Gilberto Kassad (SP),
Fernando Collor e Renan Calheiros (AL), familia Sarney (MA) e Jader
Barbalho (PA), só para citar alguns deles.
■ Sem limites para conciliar:
A aliança do governo Dilma com estas aves de rapina da
política nacional não tinha limites. Caiu na graça da bancada ruralista
e do agronegocio, contemplando a "rainha" do setor, Katia Abreu (PMDB)
com um ministério.
■ Como rabo de cavalo:
A reforma agrária cresceu como "rabo de cavalo", o
genocídio aos índios se acentuou, da mesma forma que negros e favelados
eram caçados nas periferias das grandes e médias cidades - estava aberta
as poetas para sancionar a lei antiterrorista para criminalizar os
movimentos sociais.
■ Uma pauta contra o povo:
Com uma política de ajuste fiscal apertando os
trabalhadores e alisando o ego do capital, prepara não apenas a reforma
da previdência que promoverá a sangria dos trabalhadores, acelera o
processo de privatização - chamado de concessões (pasmem os senhores).
Os campos de petróleo e o pré-sal estão sendo entregues aos oligopolios
tranmacionais, mesmo que para isso tenha que expor uma aliança com o
irmão siamês PSDB - que tenta se parecer diferente, dando continuidade a
sua política entreguista de traição nacional.
■ Quem com ferro fere ...:
As elites desse país que estão cansadas desse convidado -
um estranho no ninho, entendem que chegou a hora de reverter a
competição, pois aceitam até perder um turno, mas jamais o campeonato e
usam das mesmas armas que o PT e o governo de conciliação de classe se
firmou e da mesma forma que os petistas contribuíram para arrancar
Collor de Melo em 1992, agora repetem a fórmula, estando no forno um
processo de impeachment que caminha a passos largos.
■ Pedindo arrego:
isolado, acuado, o governo Dilma perdeu os dedos, está
perdendo as mãos e já está cedendo o braço para manter o corpo de pé,
mas as forças reacionárias querem literalmente quebrar as pernas, e como
ratos, estão desembarcando do governo. Já perdeu partidos como PRB, os
ruralistas e os companheiros do agronegócio. O PMDB tem até o diabo de
abril para saltar em bloco.
■ Três coisinhas de valor;
Guloso, o PMDB não quer se contentar com apenas 7 dos 40
ministérios (mesmo número dos companheiros de Ali-Babá) - eles querem
pelo menos 20 e distribuir os demais ao PSDB, DEM e outros
"canonizados". E vão usar as "tres coisinhas de valor" para alcançar o
objetivo: o vice-presidente Michel Temer (SP) e os presidentes da
Câmara, Eduardo Cunha (RJ) e do Senado, Renan Calheiros (AL).
■ Na areia movediça:
O PT está sendo vítima de seus próprios aliados de viagem e
não se deu conta de que dormia com o inimigo (ou achou conveniente) e
pariu um monstro. E para sair desse lamaçal, lança uma chantagem
política a oposição de esquerda para que esta o socorra, mas estes não
são masoquistas e permanecerão lutando contra essa pauta neoliberal do
governo social liberal e seus aliados da ordem.
■ No purgatório:
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por Redação
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