sexta-feira, 1 de abril de 2016

EDITORIAL: Quem escolheu o vice foi o PT, então onde está o golpe?

Há uma chantagem política para que os bons possam sair em defesa dos maus.

Para vencer a sua primeira eleição presidencial em 2002 o PT lançou em fevereiro daquele ano a "Carta aos Brasileiros", através da qual se comprometia em manter irretocável a política econômica neoliberal gestada no governo FHC (PSDB/DEM).

O primeiro passo deu-se ainda na formação da chapa ao escolher o mega industrial mineiro José Alencar (PL), representante do que de mais reacionário existia na política brasileira, que carimbava em caso de vitória o compromisso com as elites do país que dessa vez o via como um deles.
Nas eleições anteriores,  disputadas em 1989, 1994 e 1998 Luis Inacio Lula da Silva teve como vice o senador José Paulo Bisol (PSB/RS), Leonel Brizola (PDT/RJ) e Aloizio Mercadante (PT/SP), digamos assim, alguém do campo "democrático popular".

■ A esperança venceu o medo:

A vitória de Lula em 2002 encheu de esperança o povo brasileiro que vencia o medo e anunciava a partir de 2003 uma perspectiva de rompimento com o modelo neoliberal, mas não demorou muito para que se verificasse um estelionato eleitoral, motivando a saida da esquerda que acreditou no governo liderado pelo ex-íder operário, que se converteu em um gerente do capitalismo.

■ Mensalao:

Os escândalos de corrupção não demoraram a estourar e para assegurar a govetnabilidade promiscua, Lula operou o famigerado Mensalão; eacalando o ministro Zé Dirceu, que declarou fidelidade canina, indo ao matadouro e livrando o pescoço do chefe que graças a ingenuidade do povo brasileiro, saiu ileso do olho do furacão e renovou o mandato em 2006.

■ O Cara:

A partir daí retocou a receita do imperialismo, seguindo a risca o mudus operandi de Washington, o que lhe valeu os carinhos e afagos do presidente dos EUA, Barack Obama que o tratava pela alcunha de "O CARA".

■ Sopa X Caviar:

Graças a uma política de migalhas para os pobres, reunindo programas dispersos e adjetivada de "Bolsa Família", promoveu a distribuição de renda cujo valor investido anualmente era a diferença do lucro entre o maior e o segundo banco privado no país. Na prática, Lula distribuiu sopa para os pobres e caviar para os ricos - cartão para os brasileiros e dinheiro para os banqueiros. 

■ Aves de rapina:

Lula foi tão operoso na producente relação com o capital que ampliou sua base de sustentação e elegeu sua sucessora em 2010, a ex-ministra das Minas e Energia e depois da Casa Civil Dilma Rousseff, que tinha o fisiologista Michel Temer (PMDB) como companheiro de chapa - olhe o golpe! Neste meio tempo, o PT estreitada sua relação com algumas figuras non gratas, a exemplo de Paulo Maluf e Gilberto Kassad (SP), Fernando Collor e Renan Calheiros (AL), familia Sarney  (MA) e Jader Barbalho (PA), só para citar alguns deles.

■ Sem limites para conciliar:

A aliança do governo Dilma com  estas aves de rapina da política nacional não tinha limites.  Caiu na graça da bancada ruralista e do agronegocio, contemplando a "rainha" do setor, Katia Abreu (PMDB) com um ministério.

■ Como rabo de cavalo:

A reforma agrária cresceu como "rabo de cavalo", o genocídio aos índios se acentuou, da mesma forma que negros e favelados eram caçados nas periferias das grandes e médias cidades - estava aberta as poetas para sancionar a lei antiterrorista para criminalizar os movimentos sociais.

■ Uma pauta contra o povo:

Com uma política de ajuste fiscal apertando os trabalhadores e alisando o ego do capital, prepara não apenas a reforma da previdência que promoverá a sangria dos trabalhadores, acelera o processo de privatização - chamado de concessões  (pasmem os senhores). Os campos de petróleo e o pré-sal estão sendo entregues aos oligopolios tranmacionais, mesmo que para isso tenha que expor uma aliança com o irmão siamês PSDB - que tenta se parecer diferente, dando continuidade a sua política entreguista de traição nacional.

■ Quem com ferro fere ...:

As elites desse país que estão cansadas desse convidado - um estranho no ninho, entendem que chegou a hora de reverter a competição, pois aceitam até perder um turno, mas jamais o campeonato e usam das mesmas armas que o PT e o governo de conciliação de classe se firmou e da mesma forma que os petistas contribuíram para arrancar Collor de Melo em 1992, agora repetem a fórmula, estando no forno um processo de impeachment que caminha a passos largos.

■ Pedindo arrego:

isolado, acuado, o governo Dilma perdeu os dedos, está perdendo as mãos e já está cedendo o braço para manter o corpo de pé, mas as forças reacionárias querem literalmente quebrar as pernas, e como ratos, estão desembarcando do governo. Já perdeu partidos como PRB, os ruralistas e os companheiros do agronegócio. O PMDB tem até o diabo de abril para saltar em bloco.

■ Três coisinhas de valor;

Guloso, o PMDB não quer se contentar com apenas 7 dos 40 ministérios  (mesmo número dos companheiros de Ali-Babá) - eles querem pelo menos 20 e distribuir os demais ao PSDB, DEM e outros "canonizados". E vão usar as "tres coisinhas de valor" para alcançar o objetivo: o vice-presidente Michel Temer (SP) e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ) e do Senado, Renan Calheiros (AL).

■ Na areia movediça:

O PT está sendo vítima de seus próprios aliados de viagem e não se deu conta de que dormia com o inimigo (ou achou conveniente) e pariu um monstro. E para sair desse lamaçal, lança uma chantagem política a oposição de esquerda para que esta o socorra, mas estes não são masoquistas e permanecerão lutando contra essa pauta neoliberal do governo social liberal e seus aliados da ordem.

■ No purgatório:

O governo do PT acreditava estar no paraíso com a direita de pior estirpe e agora percebeu que está no purgatório...
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por Redação

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