A percepção de que o Iraque poderia ter armas de destruição
em massa, foi o que levou a uma decisão fatal de invadi-lo em larga
escala tentando também derrubar o poder ditatorial.
Em 2003 o Iraque já era uma sociedade
desestruturada, ou seja aquele modo de vida sob longas opressão tinha
feito com que tribos e subtribos se formassem regidas pelo sentimento de
lealdade e terror como se fosse um defesa de suas vidas e da família.
Segundo Ernest Volckman, essa decisão de invasão
militar norte americana ao Iraque foi um erro ou falta de compreensão da
inteligência americana e britânica por não ter percebido o sofrimento
coeso da sociedade iraquiana diante de um longo processo ditatorial
brutal, pois não havia classe média esclarecida para emergir após uma
possível derrubada do ditador.
Sendo assim o sofrimento e o ódio que guiava aquele
povo facilitou o desencadeamento de uma ameaça que se tornou futura por
ser designada de organização e terror, já que a entrada dos soldados
americanos e britânicos no Iraque não significa de forma alguma que
estavam ali como “libertadores”.
Segundo walzer, o terrorismo também pode estar
contido em ações revolucionarias ou em forma de guerrilhas (após a
unificação de vários grupos da AUC (auto defesas unidas da colômbia)
1997, o qual entre esses grupos havia grandes proprietários de terras,
traficantes que financiavam os grupos paramilitares contra a guerrilha.
Após o surgimento dessas quadrilhas que financiavam o ato do terrorismo
através do narcotráfico. Pode-se dizer que, sendo movimentos diferentes,
porém organizados pelos mesmos motivos, mesmas frentes e mesmos
sentimentos.
Para walzer, o terrorismo viola a imunidade dos
não-combatentes ocasionando mortes até intencionais, mas que não
diferencia do Estado.
Os EUA tenta justificar até os dias atuais os
motivos de suas intervenções em alguns países, que segundo ele
necessitam dessa intermediação externa, exclusivamente deles para
solucionar ou por fim em algum conflito interno ou até mesmo a violação
do código de proliferação de armamentos de destruição em massa e de
proibição da ONU, o qual eles tem mais alegado como justificativa maior
de invasão ao pais que violou o código passando a se tornar um grande
ameaçador da paz mundial.
Vale ressaltar que somente eles usaram esses tipos de armamentos ou bombas nucelares contra uma nação finalizando a segunda guerra mundial.
Sendo assim, chamo a atenção para o que esse
pensamento americano pôde desenvolver em algumas nações, o forte
sentimento de que o ódio e o ataque que para ambos os grupos podem ser
entendido como forma de defesa contra aqueles ou aquilo que os isola e
os repreendem por significar uma ameaça, e que um Estado ou uma potência
hegemônica pode vir a matar e intervir a qualquer momento com
armamentos nucleares mediante uma decisão ou um rápido impasse na ONU,
contra um exército “ameaçador” e mulçumano. O motivo anunciado pelo
Estado que irá atacar e atrocidar legitimamente o Estado atacado e em
defesa é o mesmo de que este possui os mesmos os mesmos tipos de
armamentos químicos de destruição.
Durante muito tempo e após o acordo de não
proliferação de armas imposto pela ONU e países membros do conselho de
segurança e assinado em 1968, que esse discurso vem sendo utilizado
pelos EUA e por potencias europeias que possui grandes interesses nessas
áreas intervencionadas por eles sempre principalmente em momentos
oportunos. Se necessário, irão usar quase sempre do direito
internacional e da “justa causa” para intervir e aterrorizar alegando
ser contra o terror.
A questão é, um Estado que possui princípios de
moralidade e que assim justificam suas guerras como justas até por serem
convencionais, porém, justificadas como ações justas quando agindo com
imoralidade no conflito. Declaram como justa por estarem lutando e se
protegendo contra a disseminação do mal no mundo, da ameaça à paz e o
Estado.
É nesse sentido que logo após ao atentado ao World Trade Center em 2001, e logo depois a guerra contra o terror anunciada pelos EUA em 2003 com a invasão do Afeganistão, fez despertar mais ainda esses grupos, bem como a população, o que não são todos que preferiram a radicalização e adesão ao movimento, mas apenas uma minoria já dispersa e “simpatizantes” da antiga Al Qaeda. Além de que, o controle de espionagem provocaram mais ainda o sentimento de revolta e exclusão de poder por um único governo global opressor, e entendido pelos principais grupos e tribos terror-guerrilhas como o alvo e único terror ameaçador.
Portanto, ganhar o apoio da sociedade contra
hegemonia através do processo de recrutamento se tornou mais fácil de
lutar por exatamente possuir concentrações de pessoas e de origem em
vários países e lugares que fortalecem o apoio ao movimento.
Após a morte de Bin Laden, e diversos outros
ataques americanos contra o terrorismo e guerrilhas Afeganistãs, o
sentimento de revolta e ódio contra a grande potência continua
crescendo, inclusive também a quem os apoia. Contudo, pode –se dizer que
qualquer pessoa pode ser um terrorista, baseado não somente na
dissolução do grupo Al Qaeda com a morte de Bin Laden, mas devido ao
sentimento de revolta causado pela influência desse movimento no mundo.
Um grande exemplo foi o atentado em Boston, EUA em 2013, onde os principais suspeitos são dois irmãos de origem chechena, e que segundo as investigações feitas pelo governo americano, eles agiram sozinhos e apenas indignados e revoltados com as guerras americanas no Iraque e Afeganistão e a impunidade dos EUA nessas intervenções e na utilização do crime de guerra nelas, afirmaram.
Atualmente, fica difícil de perceber frente a um
cenário em que guerras e conflitos irregulares são frequentes, mas que
não perdem o conceito de guerra porque ainda assim não deixa de ser um
conflito armado. Porém, não convencional internacional.
O ponto crucial de análise desse dilema é tentar afirmar e aceitar que tipo de guerra hoje pode ser classificada, segundo Walzer, como justa ou injusta, após ambas as partes lutarem como guerra irregular ou assimétrica, e pelo qual motivo ou razão para ir à guerra por uma justa causa contra o terror, se na própria expansão da guerra irregular os dois lados se tornam o terror.
Pela percepção de walzer, em guerras justas e
injustas, fica mais fácil a inclusão de Estados diretamente envolvidos
no financiamento de armas, munição e outras ajudas ao terror, quando nos
remete lembrar a formação da Al Qaeda em 1989, com a ajuda do próprio
EUA. Ultimamente temos visto vários ataques desses grupos em vários
lugares e fortemente equipados e preparados tecnologicamente para
ataques frequentes em alguns países que se tornaram alvo por algum
motivo.
Portanto, a cada nova investigação e tomada de
territórios dominados por esses grupos terroristas sendo eles da Al
Qaeda, Jihadistas, EI, ISIS e o Al Shabab uns dos principais grupos do
Estado islâmico e concentrados entre a síria, o Iraque e África do sul,
descobrimos absurdos apoios de potencias a esses grupos que de certa
forma são soldados corajosos e disciplinados em suas missões. Ou seja,
estamos falando de mercenários dispostos a tudo e de contra hegemonia
alimentada pelo ódio antigo de dominação e opressão histórica dessas
grandes potencias alvo. Além do estranhamento cultural religioso
especificado em perseguições avassaladora do ocidente a eles.
Para esses países pensarem em financiar esses
grupos terroristas, antes de mais nada, eles sabem que não é necessário o
dever de ter alianças com eles, primeiro porque é crime internacional,
segundo porque esses “soldados” são descartáveis e causam revolta, medo
ao mundo, o que apesar de tudo, a moralidade ainda é bastante importante
para atingir interesses.
E terceiro, eles sabem e temem que serão os próximos alvo deles, o que após uma grande aliança ou algum tipo de negociação grandiosa com terroristas seria fortificar o movimento que depois se voltaria contra eles após adquirir poder no sistema internacional.
Por fim, imaginar que somente a sociedade civil ajudou
a fortificar o terror quando números significativos de jovens
simpáticos ao movimento foram recrutados não formaliza totalmente aqui o
conceito de walzer em um “conflito” ou “guerra contra o terror, ainda
sendo irregulares, mas apenas como uma guerrilha com ideais contra a
dominação de Estados hegemônicos do sistema internacional ou de
determinada região.
Porém, a história, bem como o conceito de denominação do conflito
muda quando começa a participação direta desses Estados no conflito, e
sendo assim, não estaríamos em guerra? Qual seria o tipo de guerra?
Justa ou injusta? Uma guerra só de ataque jamais seria uma guerra justa,
ambos os lados e atores envolvidos no conflito lutam sem defesa, logo,
sem justa causa, após uma severa batalha de crimes absurdos e
corruptíveis em busca da dominação do sistema ao longo do século XXI. O
que chama a atenção para algo pior, aparentando ser um processo bastante
duradouro e muito difícil de se compreender o fim.
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* por Elizabth Santos Feitoza, Graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Sergipe, membro pesquisadora do Grupo de Cooperação em Estudos Estratégicos de Defesa(Coopeede) e Pesquisadora do Laboratório de Estudos de Conflitos e Paz ( Labicon) coordenados pela professora Dra Érica Alexandre Winand e Tereza Cristina França respectivamente.
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* por Elizabth Santos Feitoza, Graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Sergipe, membro pesquisadora do Grupo de Cooperação em Estudos Estratégicos de Defesa(Coopeede) e Pesquisadora do Laboratório de Estudos de Conflitos e Paz ( Labicon) coordenados pela professora Dra Érica Alexandre Winand e Tereza Cristina França respectivamente.
(1) Novembro de 2014. (Atualizado em 03 de abril de 2016)