Seguindo a linha de “Busca Implacável” (2008, 2012 e 2014),
tendo ao centro um pai que faz de tudo para salvar a sua família, “Horas de
Desespero”, de John Erick Dowdle, se diferencia por apresentar pessoas que
realmente parecem comuns no meio do fogo cruzado, o que cria uma identificação
do público com aqueles que estão lutando para sobreviver.
Quase não há refresco na trajetória deles, gerando uma tensão tão grande – e rara, nos dias atuais –, que não dá para relaxar nem quando existe uma pausa na ação. Porém, mesmo tomada pela adrenalina, a plateia com certeza irá se questionar em algum momento sobre a falta de inspiração do roteiro e a prevalência da visão superior e restrita norte-americana.
Após apostar e fracassar em um projeto profissional próprio, o engenheiro Jack Dwyer (Owen Wilson) resolve aceitar uma vaga em uma multinacional e sai dos Estados Unidos com sua mulher Annie (Lake Bell) e suas filhas Lucy e Beeze (Sterling Jerins e Claire Geare) rumo a um país do sudoeste asiático.
No entanto, eles chegam ao
local bem quando é deflagrado um golpe de Estado e as ruas são tomadas pelas
Forças Armadas, tentando conter uma multidão de rebeldes antiocidentais.
A população está revoltada
justamente com as ações da empresa de distribuição de água da qual o
norte-americano é contratado, tornando ele e sua família alvos a serem caçados
pelos golpistas.
Além da trama simplista, o script, repetição da parceria de John Erick com o irmão Drew Dowdle, também sofre com uma construção genérica dos personagens. Ficando só nos protagonistas, Jack e Annie são apenas pais capazes de tudo para salvar suas filhas, mas o vácuo existente na relação conjugal ou no desenvolvimento de suas personalidades prejudica na empatia do público. Por outro lado, a escolha de atores com carreiras estabelecidas na comédia torna sua imagem vulnerável o suficiente para o espectador se preocupar com o destino deles.
Por: REUTERS
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