domingo, 5 de junho de 2016

GENALDO MELO: O orgulho que não serve aos brasileiros

Qual é mesmo o orgulho de um país que se torna uma das maiores economia do planeta, com mais de trinta bilionários, e com alguns endeusados do mundo da economia reclamando que o nosso crescimento foi pífio, enquanto outras nações foram aos ápices? O orgulho de concentrar renda, e enriquecer apenas uns poucos, e assim mesmo diminuir taxas de crescimento é orgulho falso, já que determinados orgulhos sempre foram a sombra maligna da grandeza.

Qual é mesmo o orgulho em saber que somos e estamos entre as maiores economias do mundo, e temos indivíduos capazes de acumular riquezas além dos limites do ponderável, enquanto continuamos tendo próximo da metade da população em pleno século 21, sem acesso a maioria dos bens de consumo do mundo moderno? Orgulho de que mesmo? Orgulho de ícones, enquanto o povo morre de fome? Enquanto a violência e a drogadição aumenta, e mais e mais jovens perdem o sentido de ser o futuro da humanidade, porque não têm emprego, e nem espaço no mundo do trabalho? Porque downsizing é a lei e accountability a solução?

Avançamos além dos limites através de estudos e a avanços tecnológicos, mas estamos regredindo na condição de seres humanos que somos, e mais ainda brasileiros. Para a opinião do Jornalismo da Obediência a coisa mais linda do mundo é se orgulhar porque uns poucos são bilionários, e brasileiros por sinal, na certeza que outro dia ultrapassaremos os bons mexicanos. Belo orgulho...!

Chegamos sim na condição de fazer inveja aos americanos, ingleses e o resto dos europeus, que sempre foram os colonizadores do mundo. Mas para que serve mesmo tal fato enquanto parcela de nossa população sobrevive de aposentadorias da Terceira Idade, de bolsa-família, de esmolas de políticos corruptos, de cestas básicas de feijão velho da CONAB, da falsidade daqueles que mantêm filantropias e dizem que é Terceiro Setor?

Se não tomarmos cuidado com o andamento das coisas, daqui a pouco muita gente vai ficar no grande laboratório do mundo dos fracos, fora dos castelos de pedra dos grandes e fortes, que sairão para suas empresas, e seus passeios noturnos, em helicópteros. Daqui a pouco seremos todos virtuais!

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