Uma iniquidade vem
sendo formulada silenciosamente dentro do Governo interino de Michel
Temer, ou seja, trabalha-se nos bastidores o discurso prático do
desmantelamento do Sistema Único de Saúde (SUS), porque segundo os
porta-vozes da mercantilização da saúde no Brasil o Estado é ineficiente
para cumprir a prerrogativa constitucional de que saúde é “direito de
todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem a redução do risco de doenças e outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação”.
De
acordo com notícias recentes, o atual Ministro da Saúde, Ricardo Barros
(aquele que disse recentemente que os brasileiros inventam doenças)
defende a implantação de um plano de saúde “popular”, no qual os
usuários teriam acesso a um conjunto menor de serviços de saúde
ofertados pela cobertura mínima exigida pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), pois seu baixo custo melhoraria a sustentabilidade do
SUS.
Na
verdade essa proposta é uma opção neoliberal, recomendada pelo Banco
Mundial, que concebe saúde como “ausência de doença”, e conduz à
privatização do setor, pois em nome da eficiência e da eficácia
subordina a saúde pública aos imperativos da austeridade econômica.
Nas
entrelinhas do discurso do Ministro da Saúde esse pacote de serviços de
saúde “populares” necessariamente conduzirá à privatização total do
setor, desde o controle dos fundos públicos pelo capital financeiro até a
expansão dos seguros privados de saúde como alternativa viável ao
sistema público. A mercantilização da saúde será alcançada em todas as
esferas que possam ser capturadas pelo setor privado para ampliar seus
lucros.
Pela
lógica da lucratividade o mercado não vai querer fazer nada de bom
grado para o povo, e isso não vai ser bom para os brasileiros, como já
não vem dando certo essas receitas neoliberais em outras partes da
América Latina. As experiências realizadas pelas privatizações em todos
os setores dos serviços públicos essenciais (não somente de saúde)
comprovam que está se criando nichos de reserva, e com a saúde pública
isso se configurará numa tragédia que se anuncia.
É
bom que a sociedade brasileira reaja logo, porque quem pensa demais
pode morrer não somente de doença mais também de idiotice. E a idéia de
Estado Mínimo na saúde definida pelo Ministro Ricardo Barros e sua
turma, é exatamente o contrário da postura do silêncio diante de tudo,
pois é resultado de quem não está pensando muito, além da visão do lucro
desenfreado.
Desde
que Michel Temer assumiu o Governo interino, e Ricardo Barros com sua
equipe o Ministério da Saúde nada mais fazem do que formular as
estratégias das idéias práticas dos proprietários dos planos de saúde no
Brasil. É a visão mercantilista do lucro, e com doença não se brinca,
amigos!
Fonte: genaldo40.blogspot.com