O cenário político e econômico é preocupante. Apesar de grave, a crise é também uma oportunidade para a burguesia monopolista realizar contrarreformas que em outros momentos seriam mais difíceis. O estado mínimo com serviços privatizados, acordos sendo firmado diretamente entre patrões e empregados no âmbito das empresas, retirada de direitos trabalhistas, entre outros, são sonhos de consumo do empresariado brasileiro já anunciados para o próximo período, independentemente do resultado do processo de impeachment.
Essas medidas já vinham sendo colocadas pelo governo do PT. Vide a Contrarreforma da Previdência, as Parcerias Público-Privadas, etc. Mas o patronato quer mais rapidez, sendo essa uma das razões para o engajamento da FIESP no atual o pedido de impeachment da Presidente Dilma.
O apetite burguês não para por aí. Como existe muito capital acumulado nos cofres do sistema financeiro, e dinheiro parado é prejuízo, a bola da vez é a mercantilização dos serviços públicos. Nesse sentido, a precarização deliberada da saúde e da educação, por exemplo, visa abrir as portas para as privatizações.
A ofensiva do capital sobre o trabalho se aproveita do caminho aberto por sindicalistas conciliadores, que em troca de migalhas adotaram a defesa incondicional do governo em prejuízo da luta autônoma dos trabalhadores. Buscando proteger Dilma da turbulência oriunda da adoção de medidas impopulares, foram aceitando acordos coletivos rebaixados e exaltando políticas emergenciais-compensatórias como grandes conquistas para classe trabalhadora.
Com essa política de amoldamento à ordem, os sindicalistas de parceria conflitiva, como se autointitulam os burocratas sindicais, foram trocando ganhos reais por participação em lucros e resultados (PLR). Em vez de colocar a classe em movimento para defender seus direitos e conquistas históricas, capitularam à lógica desavergonhada das demissões voluntárias, redução de salários, além da perda de outras importantes cláusulas sociais obtidas em acordos anteriores, através de muita luta.
Ainda que a atual conjuntura seja adversa à classe trabalhadora em função da trajetória de passividade estimulada pelo sindicalismo chapa branca e da submissão inerente à conciliação governista, também surgem possibilidades de contraofensiva para a militância classista dialogar com as bases de todas as categorias profissionais, numa perspectiva de reorganização de resistência e autodefesa de seus direitos a partir dos seus locais de trabalho e moradia.
Assim sendo, a UNIDADE CLASSISTA propõe a construção de um bloco de forças sindicais e populares que assumam a tarefa de organizar a classe para coletivamente: exigir investimentos públicos em saúde, educação, saneamento básico, moradias populares, mobilidade urbana; mais empregos e melhores salários; enfrentar as demissões imotivadas; ocupar as plantas das unidades de produção falidas e complexos habitacionais erguidos com as reservas do FGTS para servir à especulação imobiliária, construindo espaços de autonomia e exigindo a injeção de fundos orçamentários do Estado, cuja maior fatia (73%) tem sua origem nos impostos pagos por quem ganha até 3 salários-mínimos.
Com esta perspectiva a UNIDADE CLASSISTA conclama as organizações classistas consequentes a se unirem na construção de um 1º DE MAIO de massa, convocado desde locais de trabalho e moradia para manifestações nas capitais dos estados, dando uma demonstração da disposição da classe trabalhadora para enfrentar o projeto de desmonte do estado e retirada de seus direitos.
Rumo ao Encontro da Classe Trabalhadora - ENCLAT
Defender direitos e na luta ampliar conquistas.
Ousar lutar pelo Poder Popular