No dia 28 de agosto de 1906, Fausto Cardoso foi alvejado e veio a falecer aos 42 anos de idade. Fausto foi um dos mais influentes políticos da história sergipana, que se destacou também como jornalista, jurista e escritor.
O crime foi motivado por um confronto político e ideológico envolvendo Fausto Cardoso e o ex-presidente de Sergipe, o padre Olímpio Campos. Fausto não aceitava a adesão do governante à República e fazia discursos inflamados contra o posicionamento dele. O deputado federal acusava Olímpio Campos de uma manobra para criar duas novas vagas no Tribunal de Relação - uma delas para o seu irmão, Guilherme Campos - e depois extingui-las, afastando dois antigos desembargadores, seus adversários.
Outras denúncias diziam respeito a uma série de leis criadas por Campos. Uma delas determinava que nenhuma ação judicial poderia contestar os atos do Poder Executivo Estadual. Outra tornava obrigatório o seguro para animais, ao mesmo tempo que indicava a Companhia de Seguros ‘Garantia Equestre', que seria de um amigo dele.
O clima ia se tornando mais tenso à medida que Fausto Cardoso alimentava a ideia de uma revolução para depor o presidente do Estado, na época o desembargador Guilherme Campos. No dia 10 de agosto, o alferes do Exército, Otaviano de Oliveira Mesquita, liderando praças adeptos à revolução, aquartelou-se na Ponte do Imperador, disparando contra o Palácio.
Fausto Cardoso exigiu a renúncia do presidente e do vice-presidente do Estado e acabou assumindo a liderança do movimento. O desembargador Loureiro Tavares assumiu a presidência, enquanto o Governo Federal mandava mais tropas para restituir o poder aos governantes depostos.
No dia 28 de agosto, um confronto generalizado entre os revolucionários e as forças militares acabou em tragédia. Um tiro de fuzil desferido pelo ajudante de ordens do general Firmino Rego atingiu Fausto Cardoso no ventre. O fato ocorreu entre o Palácio e a rua de Pacatuba. No ataque morreu também um conhecido saveirista de Laranjeiras, Nicolau Nascimento, e outros saíram feridos.
A tragédia, no entanto, não acabara. No dia 9 de novembro de 1906 os filhos de Fausto Cardoso - Humberto e Armando -, acompanhados do sergipano Décio Guaraná, atacaram e mataram, na praça XV (antigo Lago do Paço), no Rio de Janeiro, o monsenhor Olímpio Campos, senador da República e tido como responsável pela morte do deputado.
Homenagens
No dia 8 de setembro de 1912, a praça da República recebia o nome e a estátua de Fausto Cardoso, inaugurado pelo presidente José de Siqueira Menezes. Em 1916, o presidente Oliveira Valadão presta homenagem a Olímpio Campos, com praça e monumento. Os dois nomes seriam tomados como patronos de dois poderes: Fausto Cardoso da Assembléia Legislativa e Olímpio Campos do Palácio do Governo.
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