terça-feira, 23 de agosto de 2016

EDITORIAL: Há 33 anos, um cão de guarda da liberdade de expressão

Do Clarim, a Tribuna da Praia, uma metamorfose na imprensa sergipana.



Há 33 anos, no dia 23 de agosto de 1983 nascia o jornal "O Clarim", leito natural de um rio de informações que desaguaria na Tribuna da Praia, que dá cidade de Pirambu se irradia para o Vale do Japararuba e daí para o Baixo São Francisco sergipano/alagoano, sendo hoje ecoado em todos os continentes da Terra.
Ao longo de sua trajetória, o jornal mudou de nome sem nunca renunciar de seu norte e dos objetivos que justificam sua existência. Nasceu como "O Clarim" (1983), se transformou em "Jornal dr Pirambu" (1984), depois em "O Atlântico" (1987) e depôs em "Tribuna da Praia" (1988).
A partir de 1993 se transforma em "Acorda Pirambu", reaparece como "Jornal Opara" (2002) e no ano seguinte volta a se chamar "Tribuna da Praia", não alterando mais sua denominação a partir de então (leia mais).
Acreditamos que, como propôs Karl Mark que "a função da imprensa é ser o cão-de-guarda, o denunciador incansável dos opressores, o olho e a boca onipresente do espírito do povo que guarda com ciúme sua liberdade. [...] O dever da imprensa é tomar a palavra em favor dos oprimidos a sua volta. [...] O primeiro dever da imprensa é minar todas as bases do sistema político existente."
Neste sentido, nossa linha editorial tem lado, e este não é dos opressores, das elites e seus lacaios, mas do povo e da liberdade de expressão.
Assim, ao completar 33 anos sem nunca ter desistido de seu papel social e de sua tarefa inadiável, a Tribuna da Praia agradece a todos e rodas que assim como nos prestigiaram no passado, nos brindam no presente, diariamente com mais de 5 mil acessos que multiplicam nossa responsabilidade.

por Claudomir Tavares, diretor-fundador

domingo, 14 de agosto de 2016

ESTÁ FORA: O prefeito Elio Martins não conseguiu a certidão para registrar candidatura [Atualizada].

O Prefeito Elio Martins (PSC) teria reunido os candidatos a vereança para informar que não seria candidato. Que não iria arriscar. Fontes ligada ao prefeito negam tal informação, reafirmando manutenção de candidatura.

Na verdade ele não conseguiu retirar a certidão criminal para registrar a candidatura.
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Por Redação 

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

18 ANOS: A trajetória e maioridade da SOS Rio Japaratuba

18 ANOS: A trajetória e maioridade da SOS Rio Japaratuba

Fundada em 8 de agosto de 1998, a Organização Sócio - Ambiental Vale do Japaratuba (SOS Rio Japaratuba) comemora em 2016 seus 18 anos de luta e resistência em defesa das causas ambientais e da sustentabilidade na região.

Atualmente integrada à Fórum Poder Popular (Vale do Cotinguiba - desde 2013); a Frente Ambientalista (Sergipe - desde 2015)) e organizada no Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Sócio - Ambiental (IDESA-Brasil - desde 2015); tem consolidado suas ações na realização de seminários (manguezal - importância e preservação - 2007) expedições e encontros (Rio Japaratuba 2009, Pomonga 2015 e EASE 2016) e nas denúncias das agressões ambientais (como Rio das Pedras - desde sua origem)..

A todos e todas que contribuíram com nossa história e parcerias de sonhos e lutas,  o agradecimento eterno..
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SOS Rio Japaratuba

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

GENALDO MELO: Michel e Ricardo já decidiram privatizar a saúde no Brasil

Uma iniquidade vem sendo formulada silenciosamente dentro do Governo interino de Michel Temer, ou seja, trabalha-se nos bastidores o discurso prático do desmantelamento do Sistema Único de Saúde (SUS), porque segundo os porta-vozes da mercantilização da saúde no Brasil o Estado é ineficiente para cumprir a prerrogativa constitucional de que saúde é “direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

De acordo com notícias recentes, o atual Ministro da Saúde, Ricardo Barros (aquele que disse recentemente que os brasileiros inventam doenças) defende a implantação de um plano de saúde “popular”, no qual os usuários teriam acesso a um conjunto menor de serviços de saúde ofertados pela cobertura mínima exigida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), pois seu baixo custo melhoraria a sustentabilidade do SUS.

Na verdade essa proposta é uma opção neoliberal, recomendada pelo Banco Mundial, que concebe saúde como “ausência de doença”, e conduz à privatização do setor, pois em nome da eficiência e da eficácia subordina a saúde pública aos imperativos da austeridade econômica.

Nas entrelinhas do discurso do Ministro da Saúde esse pacote de serviços de saúde “populares” necessariamente conduzirá à privatização total do setor, desde o controle dos fundos públicos pelo capital financeiro até a expansão dos seguros privados de saúde como alternativa viável ao sistema público. A mercantilização da saúde será alcançada em todas as esferas que possam ser capturadas pelo setor privado para ampliar seus lucros.

Pela lógica da lucratividade o mercado não vai querer fazer nada de bom grado para o povo, e isso não vai ser bom para os brasileiros, como já não vem dando certo essas receitas neoliberais em outras partes da América Latina. As experiências realizadas pelas privatizações em todos os setores dos serviços públicos essenciais (não somente de saúde) comprovam que está se criando nichos de reserva, e com a saúde pública isso se configurará numa tragédia que se anuncia.

É bom que a sociedade brasileira reaja logo, porque quem pensa demais pode morrer não somente de doença mais também de idiotice. E a idéia de Estado Mínimo na saúde definida pelo Ministro Ricardo Barros e sua turma, é exatamente o contrário da postura do silêncio diante de tudo, pois é resultado de quem não está pensando muito, além da visão do lucro desenfreado. 

Desde que Michel Temer assumiu o Governo interino, e Ricardo Barros com sua equipe o Ministério da Saúde nada mais fazem do que formular as estratégias das idéias práticas dos proprietários dos planos de saúde no Brasil. É a visão mercantilista do lucro, e com doença não se brinca, amigos!

Produtos do Coletivo Japaratuba em Rede chegam ao Museu da Gente Sergipana

Na próxima sexta-feira, dia 12, das 15h às 18h, o Projeto Japaratuba em Rede: Juventude, Cultura e Cadeias Produtivas terá as suas atividades encerradas. A partir daí será a vez do Coletivo Japaratuba em Rede continuar suas ações. O Museu da Gente Sergipana Governador Marcelo Déda será o palco da exposição e comercialização dos produtos confeccionados ao longo do projeto.

Com peças de moda, decoração e utilitários, a terceira e última Mostra Cultura em Rede vai reunir uma diversidade de produtos artesanais que possuem inspirações nas referências culturas do município de Japaratuba. Colares, brincos, bolsas e cachecóis utilizando a técnica do crochê. Batas, panos de prato e toalhas bordados. Sandálias e chapéus de palha. Pulseiras de macramê. Fazem parte da coleção que compõe a linha de produtos do Japaratuba em Rede.

Estes mesmos produtos, seus respectivos artesões e as técnicas utilizadas foram personagens de quatro minidocumentários realizados pelos alguns jovens do projeto durante a oficina de Introdução às Técnicas do Audiovisual. Também no dia 12 teremos o lançamento da linha de produtos e uma Rodada de Negócios, onde comerciantes e lojistas poderão conhecer as peças e fazer encomendas dos diversos produtos.

A terceira Mostra Cultura em Rede faz parte da programação do ‘Agosto Mês das Culturas da Gente’. O Agosto Mês das Culturas da Gente 2016 acontece do dia 05 ao dia 27 de agosto no Museu da Gente Sergipana. Confira a programação completa em: www.museudagentesergipana.com.br.

Japaratuba em Rede
O projeto tem como objetivo contribuir para a educação profissional no campo cultural de jovens de Japaratuba por meio da aprendizagem de conhecimentos técnicos, metodologias participativas e implementação de auto-organização dos grupos baseados nos princípios do cooperativismo e da gestão cultural sustentável, na perspectiva de que os mesmos possam estruturar uma cadeia produtiva da cultura na região que, a longo prazo, viabilize retorno econômico para os beneficiários e para a comunidade em geral e possibilite a manutenção do patrimônio cultural da cidade.

O Japaratuba em Rede é realizado pelo Instituto Banese com o patrocínio da Petrobras e em parceria da Universidade Federal de Sergipe, Sebrae, Senac, Ação Social Professora Elisabete (ASPE), Câmara Municipal de Vereadores, Instituto de Desenvolvimento Humano – Clube de Mães Padre Geraldo e Prefeitura Municipal de Japaratuba.


Saiba mais sobre o Japaratuba em Rede:

GENALDO MELO: Presidente da CNI quer inventar de novo a escravidão no Brasil

Como a lógica do capitalismo é o acúmulo permanente de riquezas independente dos mecanismos utilizados, naturalmente não passou despercebido o discurso recente do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em uma reunião de empresários propondo a jornada de trabalho para 80 horas semanais.

A lógica do trabalho decente é que todos possam assumir postos de trabalho com condições de ter qualidade de vida para conviver com suas famílias e amigos, para ter lazer e cultura, para praticar esportes, e até mesmo para simplesmente não fazer nada nos momentos de folga, mas ao mesmo tempo contribuir com seu trabalho para que os chamados empreendedores possam além de gerar suas riquezas também ter as condições de pagar salários justos.

Então uma proposta dessa natureza vem como um contraponto ao resultado de toda a história de lutas que foram feitas pelos trabalhadores e suas organizações para melhorar as condições do trabalho, e que teve resultados práticos no mundo do trabalho e na vida das pessoas. 

Uma proposta absurda de aumento da jornada de trabalho para 80 horas em pleno século vinte e um, quando a civilização avançou científica e tecnologicamente é um retrocesso a condição da barbárie humana, que vivemos em séculos passados quando não existiam aparatos modernos de socialização das informações.

A própria sociedade não permitirá isso, mas naturalmente fica de “orelhas” em pé ao saber que ainda existem homens que pensam que ainda podem escravizar outros seres humanos, com o discurso de que os homens são livres, mas apenas para trabalhar.

Um homem que pensa dessa forma é um homem simplesmente doente, porque como outros iguais, deve dizer também que eles próprios trabalham acima de doze horas por dia. Mas perguntem-me quem são os donos das coisas, e porque eles trabalham doze horas por dia? Fazem isso porque eles próprios não tem vida própria além de tesouros infindos que ficam para herdeiros brigarem depois, pois é sempre assim!

É uma lógica infeliz essa! Pois se uma semana tem 168 horas, e um indivíduo é obrigado a trabalhar num mundo livre por 80 horas, porque precisa sobreviver, vão sobrar apenas 88 horas semanais para dormir, para o lazer e a cultura, e para tomar conta de sua família. Então o ser humano deixará de ser humano para ser objeto apenas do trabalho para o acúmulo de riquezas para os outros, principalmente para aqueles malucos que dizem que tem orgulho de trabalhar além das oito horas necessárias por dia.

Mas como tem gente que pensa assim, não sei aonde mesmo vamos chegar! Inovar os conceitos sadio e do trabalho decente e produtivo na nossa modesta opinião é o contrário disso, é exatamente reduzir a jornada de trabalho “produtivo" para 40 horas semanais.

Um ícone a ser saudado: Fidel faz 90 anos

Por Roberto Bitencourt da Silva

O aposentado comandante Fidel Castro Ruz completa 90 anos de idade, em 13 de agosto. Convenhamos, o aniversário do líder cubano corresponde a um acontecimento que merece ser saudado. Um bom motivo, também, para a reflexão política sobre a América Latina.

É difícil fazer comparações em torno da importância de personagens, eventos e processos históricos. A história, enquanto campo de saber, lida em boa medida com as singularidades. As comparações no espaço e no tempo são, no mínimo, controversas.

Mas, arrisquemo-nos a uma observação dessa natureza. No século XX nenhuma liderança política alcançou o status e a proeminência de Fidel, na América Latina. Em toda a nossa história pós-colombiana, talvez seja ombreado apenas por Simón Bolívar, no século XIX.

Me refiro evidentemente a personagens históricos que desenvolveram ações voltadas aos interesses do nosso subcontinente, que se projetaram como símbolos de uma região ciosa por soberania política e econômica, bem como pelo bem-estar dos seus povos.

Fidel Castro foi a principal liderança de uma revolução popular e anti-imperialista, em um país cuja distância da potência estadunidense é inferior a 200 km. Não é pouca coisa. Aliás, tratou-se de um fenômeno épico, heroico, senão mesmo imprevisível.
A simpática Cuba soberana e socialista deixou para trás muito do legado neocolonial imposto pelos EUA: flagrantes injustiças sociais, elevado desemprego e superexploração do trabalho, acentuado racismo, corrupção dos poderes públicos e ofensa à consciência e à dignidade nacional.

Cuba, liderada pelo comandante Fidel, superou o amplo analfabetismo e a miséria que assolavam a maioria da população, para figurar na condição de referência mundial em educação e saúde públicas.

Mas, é claro, as mazelas geradas pelo subdesenvolvimento e o neocolonialismo incidem nas estruturas sociais e econômicas das nações que por esses tipos de experiências passa(ra)m.

Cuba, uma ilha dotada de território pequeno e com limitados recursos naturais, é expressão da força de incidência das chagas do capitalismo subdesenvolvido e periférico, mesmo adentrando experiências distintas de organização da sociedade e do sistema produtivo.

A dependência externa talvez constitua a principal limitação herdada do período pré-revolucionário. Partindo de parco domínio técnico-científico e de uma distorção produtiva revelada pela monocultura do açúcar, Cuba apenas timidamente superou tais limitações em suas forças produtivas. Suas vulnerabilidades são significativas.

Com um histórico de dependência em relação aos EUA e, posteriormente, à antiga União Soviética, hoje suas relações comerciais giram em torno da Venezuela e da China. O absurdo embargo comercial norte-americano, além dos constantes atos de sabotagem e terrorismo patrocinados pelo governo dos EUA, décadas a fio, reforça(ra)m as dificuldades do país (1).

Moniz Bandeira, em estudo sobre Cuba (“De Martí a Fidel: a revolução cubana e a América Latina”), entende que, mais do que um fenômeno político nacional, a revolução cubana é expressão das contradições entre a América Latina e os EUA.
Desse ponto de vista, poderíamos afirmar que nenhum personagem, como Fidel Castro, melhor condensou a denúncia vigorosa contra o imperialismo estadunidense na região, contra a sua agressiva inibição da vontade soberana dos povos latino-americanos. O adágio monroísta da “América para os americanos” encontrou em Fidel um especial e aguerrido adversário.

Fidel Castro é filho das terras latino-americanas. Martiniano, sempre apresentou acentuada veia nacionalista em defesa de Cuba. Também caminhou nas trilhas de Bolívar, pregando a integração latino-americana.

Mas, o comandante é expressão política igualmente universalista. Leitor de Rousseau, Marx e Lenin, sintetiza um pensamento antidogmático, fincado nas especificidades da região, sem desprezo às contribuições intelectuais de outras paragens.
Universalista também no que diz respeito à promoção de sistemáticas e diferentes missões internacionalistas de solidariedade aos povos de nuestra América, da África e da Ásia.

Entretanto, antes de tudo, bolivariano. Poucas lideranças nossas tiveram a capacidade de colocar em prática o apelo do mestre de Bolívar, Simón Rodríguez: “Ou inventamos ou perecemos”. Uma recomendação que norteava o pensamento de Bolívar, como de Fidel.

O comandante é símbolo de uma esquerda latino-americana não colonizada (vale lembrar, amigos, que infelizmente não são apenas as direitas que demonstram tal vício de pensamento). Uma esquerda atenta às especificidades regionais, que entrecruzou o socialismo, com o nacionalismo e o anti-imperialismo.

Fidel liderou inicialmente uma “revolução contra a ordem” imperialista. Depois contra o capitalismo, como assinala Florestan Fernandes (“Da guerrilha ao socialismo – a revolução cubana”), deixando de lado as oligarquias/burguesias nacionais associadas ao capital estadunidense.

Pôs para escanteio um cânone que prevalecia na seara comunista do início da década de 1960, da revolução democrática e anti-imperialista com apoio burguês. Deixou a URSS e os partidos comunistas sovietizados de cabelo em pé e mergulhados na incompreensão.

O comandante Fidel, senão inventou, levou às últimas consequências a combinação do socialismo com o nacionalismo, adotando métodos e lidando com contingências peculiares, que exigiam formulações políticas e intelectuais próprias às situações enfrentadas.

Um “socialismo moreno”, como defendia Darcy Ribeiro para o Brasil. Isto é, um socialismo destituído de dogmas importados, que somente enrijecem a ação e a reflexão política.

O comandante teve a ousadia de liderar a construção do socialismo em um país materialmente pobre, pequeno e cercado pelo gigante imperial do Norte. Os problemas decorrentes para o país caribenho não são poucos e estimulam a reflexão, devido às parcas alternativas abertas para as nossas gentes, na atualidade.

Esquematicamente, de um lado, a superexploração do trabalho, a inexistente ou precária soberania política e de domínio tecnológico, mas com acesso a amplos bens de consumo. De outro, a dignidade nacional, com justiça social, comprometida, no entanto, com restrições técnicas e nas relações internacionais.

Trata-se de uma difícil escolha em nossa região, haja vista a capilaridade da influência dos valores concernentes à sociedade de consumo, à fetichização das marcas das multinacionais no cotidiano dos povos latino-americanos, particularmente no Brasil.

Não obstante, quaisquer ideias que se pretendam sintonizadas com o socialismo e com uma perspectiva que saliente a ruptura da condição periférica no sistema capitalista demandam a reflexão sobre as ideias, o engenho criativo e a ousadia do grande aniversariante, o comandante Fidel Castro.

Roberto Bitencourt da Silva – historiador e cientista político.

https://gz.diarioliberdade.org/america-latina/item/47064-um-icone-a-ser-saudado-fidel-faz-90-anos.html

terça-feira, 9 de agosto de 2016

APESAR DE...: Não participar das eleições, PCB não se omitirá do debate político.

Não parricipar das eleições municipais, seja disputando mandados ou apoiando candidatos A ou B, foi uma opção política do PCB em Pirambu, que não obstante, estará presente nas lutas políticas dialogando com a população, não se descuidando da educação política de sua militância, ao tempo em que se manterá articulado com os movimentos sociais.

E para clarear os próximos passos de sua militância, será realizado nesta sexta-feira, 12, a 24ª Reunião Plenária do 2° Comitê Municipal, quando estará em pauta demandas políticas e organizativas. As resoluções serão publicadas na próxima edição do jornal "Comuna de Pirambu", em sua edição de agosto de 2016.
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por PCB/Pirambu

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

08 DE AGOSTO: Dia do Pirambuense

Assim como o 24 de Outubro é o Dia da Sergipanidade, também temos nossos motivos para nos orgulhar

Até 2011 Pirambu comemorava o 8 de agosto como sendo a data de sua emancipação política. Foram necessários muita insistência de nossa parte e e de posse da farta documentação para convencer a administração municipal (luta iniciada desde o ano 2001) a fazer a revisão histórica, e a luz da Lei n° 1.234 de 26 de novembro de 1963, desde então é nesta data que celebramos a independência política de Japaratuba da qual pertencíamos desde 24 de agosto de 1947.

O 8 de agosto está associada as etapas de instalação do município de Pirambu que se deu em 1965, quando tivemos empossados os primeiros prefeito, vice-prefeito e vereadores (SILVA, Claudomir Tavares. História de Pirambu. Pirambu: Tribuna da Praia, 2004), e sendo assim, propomos para essa data que atribuamos a ele o Dia do Pirambuense, preservando-a não como mais um feriado,  mas um marco a ser discutido em escolas,  universo cultural e pela sociedade pirambuense.

Assim, de forma simbólica, ele será o tema central das aulas de Sociedade & Cultura ao longo desta semana na Escola Municipal Mario Trindade Cruz, na sede do município. Seria uma semelhança ao tratamento dado ao 24 de outubro que antes era celebrado como a Emancipação Politica de Sergipe,  até ser consolidado o 8 de agosto; data em que Dom João VI assinou o Decreto que tornava Sergipe independente da Bahia. Mas não abortamos o 24 de outubro do Calendário Cultural de nosso estado,  dedicando a ele o "Dia da Sergipanidade", tendo a historiadora Maria Thétis Nunes produzido valioso ártigo exaltando esse atributo.

No nosso entendimento,  pirambuense não é necessariamente aquele aqui nascido ou honorificamente reconhecido pela Câmara de Vereadores,  mas todos e todas que assim se identifiquem,  sejam vindos do Porto Grande ou do Canal de São Sebastião (Bara dos Coqueiros), de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Paraíba,  Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte ou de qualquer rincão do Brasil - e do Mundo.

Nesta data, sejamos todos e todas pirambuense.
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por Claudomir Tavares  (48), licenciado em História pela UFS, professor de Sociedade & Cultura da Escola Municipal Mario Trindade Cruz, membro do GEPEPP e do CEMARX.

domingo, 7 de agosto de 2016

Protestos contra Temer: forte repressão na abertura das Olimpíadas

RESUMEN LATINOAMERICANO, com a colaboração do Brasil de Fato e de inúmeros colegas das mídias independentes do continente, que formaram um pool informativo para mostrar a outra face deste evento internacional.

OS PRIMEIROS PROTESTOS PELA MANHÃ
MILHARES DE MANIFESTANTES BLOQUEARAM RUAS E OBRIGARAM A MUDAR O PERCURSO DA TOCHA OLÍMPICA

05 de agosto de 2016 • Milhares de militantes dos movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos bloquearam as seis pistas da avenida que margeia a praia de Copacabana.

05 de agosto de 2016 • Jornada inicial caótica para Rio 2016. Os protestos contra o presidente interino do Brasil, Michel Temer, no passeio marítimo de Copacabana, a praia mais emblemática do Brasil, obrigou o Comitê Organizador a modificar o percurso da tocha olímpica. Além disso, se registraram diversos incidentes durante a manifestação, que continuou até as zonas circundantes do Maracanã: corridas e enfrentamentos com a polícia.

É que milhares de militantes dos movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos se manifestaram com um bloqueio às seis pistas da avenida que margeia a Praia de Copacabana, por onde ia passar a tocha em seu caminho para o Maracanã.

As autoridades brasileiras enviaram cerca de 85.000 efetivos para garantir a segurança durante os Jogos.

A manifestação foi convocada pelas Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo e Frente da Esquerda Socialista.

Segundo as agências, um pequeno grupo de manifestantes foi detido pelas forças armadas, que pareceram disparar gás lacrimogêneo para evitar que se aproximassem do perímetro de segurança em torno do Maracanã.

Os manifestantes chegaram a uns dois quilômetros do estádio e, ao tentar aproximarem-se mais, foram empurrados pelos policiais, o que provocou alguns confrontos. Imagens de televisão mostraram dois manifestantes colocando fogo em uma camisa amarela com o logotipo “Rio 2016”, a mesma que utiliza o pessoal que trabalha nos Jogos.

Todavia, não se sabe o número exato de presos, ainda que nas imagens se veja ao menos um homem que era metido em uma caminhonete da polícia.

A manifestação foi convocada para aproveitar a atenção mundial e midiática que concentra o Rio de Janeiro a poucas horas do início dos Jogos Olímpicos, porém coincidiu com a decisão da Comissão que estudou o caso de Rousseff, que recomendou ao plenário do Senado sua destituição, por ter “atentado contra a Constituição”. O Senado votará duas vezes: na próxima terça-feira e no fim de agosto, quando Rousseff pode ser afastada definitivamente do cargo no final deste mês.
Com a tocha olímpica e o Fora Temer escrito em suas nádegas

Com o estivador Tarcisio Carlos Rodrigues, as autoridades brasileiras quiseram destacar-se com uma atividade: devia levar a tocha olímpica pelo porto do Rio de Janeiro. Era a maneira, disseram, de identificar os jogos com as classes trabalhadoras.

Este homem, de 31 anos, aceitou o desafio de participar do revezamento pela cidade do Rio. Porém, quando estava no meio do trajeto, pela rua do Livramento, com a tocha nas mãos deixou cair sua calça. Exibiu as nádegas para as câmeras de TV, locais e estrangeiras, que acompanhavam a corrida. E ali se viu a inscrição que tinha pintado no traseiro: “Fora Temer”, dizia.

A polícia se apressou a tirar a tocha das mãos do estivador. Em seu redor, no entanto, muita gente entoava a consigna da cueca. Como se isso não bastasse, o escolhido entre os pobres do Brasil, começou a debochar: “Caiu minha calça. Ui”. O Comitê Organizador dos jogos disse que o homem tinha assinado um compromisso no qual aceitava que não podia manifestar-se politicamente na corrida.

Este não foi o único problema que encontrou o longuíssimo percurso seguido pela tocha. Na região Metropolitana encontrou outras dificuldades: em Duque de Caxias, uma manifestação parou a passagem e as forças repressivas não titubearam em usar balas de borracha, ao ponto de ferir uma criança de 10 anos. Não eram quaisquer manifestantes: estudantes e professores do Sindicato Estatal de Profissionais de Educação.

Essa insatisfação vem de muito tempo. Uma greve de docentes de 4 meses recém terminou esta semana. Em Niterói, vizinha do Rio, do qual está separada por uma ponte, a tocha não despertou emoções. Bem pelo contrário. Ali, trabalhadores municipais saíram para protestar contra as demoras em receber seus salários. A polícia respondeu como sempre: atirou o “gás de pimenta”.

Porém, os organizadores desta passagem da tocha tiveram que mudar o caminho. O episódio terminou quando decidiram transportar a tocha por barco até a capital carioca. Ali, a tomou o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e andou com ela umas duas quadras.

REPRESSÃO CONTRA OS MANIFESTANTES

Movimento dos Trabalhadores sem Teto protestou em Copacabana
No marco do início dos Jogos Olímpicos Rio 2016, movimentos sociais e políticos, entre eles, o Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) foram às ruas protestar contra o governo interino de Michel Temer.

A convocatória foi feita no domingo passado, 31 de julho, durante um grande protesto realizado em diferentes pontos do país, sob a consigna “Fora Temer”.

Para o dia 9 de agosto, estão planejados diversos atos nas principais cidades de todo o país para reiterar o rotundo repúdio às medidas impostas por Temer em dois meses e meio de Governo.

Aproveitando a atenção internacional que terá o Brasil, as forças populares brasileiras pretendem demonstrar o descontentamento com as ações do governo interino de Michel Temer.

Os sindicatos fixaram para 16 deste mesmo mês uma mobilização nacional em defesa da manutenção dos direitos sociais, a criação de emprego, a retomada do crescimento e contra as ameaças aos direitos trabalhistas.

O atual governo é acusado de golpista e de montar um “Governo ilegítimo”, após armar toda uma tramoia que deu início a um processo jurídico que afastou a mandatária constitucional Dilma Rousseff de suas funções em 12 de maio passado.

As manifestações contra Temer não ocorrerão apenas no dia inaugural. Paralelo às competições e jornadas desportivas, os protestos e concentrações estarão na agenda dos brasileiros.
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Ep126xB8Ta8

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2016/08/05/brasil-multiples-protestas-contra-temer-obligaron-a-cambiar-el-recorrido-de-la-antorcha-fuerte-represion-policial-cerca-del-estadio-olimpico/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

FIQUE DE OLHO: Definidas candidaturas e arcos de alianças para as eleições municipais

Uma leitura inicial a luz das chapas majoritárias em Japaratuba, Propriá e Pirambu

Os partidos políticos com direções devidamente habilitadas realizaram suas convenções até o prazo limite fixado no calendário (20/07 a 05/08) para as eleições municipais de 2 de outubro de 2016. A Tribuna da Praia e a Voz do São Francisco, jornal e portal da Rede Popular de Comunicação Alternativa  (RPCA), fazem a partir da postagem semanal dessa coluna, um balanço inicial com os prognósticos fincados nas candidaturas majoritárias aprovadas,  coligações celebradas, os cenários postados e o teatro das operações políticas inevitáveis.

ELEIÇÕES JUDICIALIZADAS

Com duas das quatro candidaturas no "estaleiro" da Ficha Suja,  as eleições em Japaratuba, serão inevitavelmente judicializadas, pois não há dúvidas de que o Juiz da Comarca, Rinaldo Salvino do Nascimento pedirá a impugnação da ex-prefeita Lara Moura  (PSC) e do ex-prefeito de Capela Manuel Sukita  (PTN), a primeira pelos seus pecados enquanto secretária em Pirambu (1997/2004) e o segundo enquanto prefeito de Capela (2005/2012).

CONTAS REJEITADAS

Por seu turno, o prefeito Hélio Sobral (PMDB) tem contas apontadas como irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), e aí depende da interpretação que a Justiça Eleitoral dará a questão,  pois o TCE é um órgão auxiliar do Poder Legislativo,  não sendo suas decisões condenatórias. Aí teria que validar uma decisão da Câmara de Japaratuba, que foi considerada viciada e logo anulada.

POLARIZAÇÃO

Das quatro candidaturas habilitadas,  pelo menos neste momento: Hélio Sobral (PMDB) e Lurdinha Moura  (PSB); Lara Moura (PSC) e Dogival Monteiro (PHS), Manuel Sukita e Rui Brandão  (PTN) e Manuel Pedreiro e Vado Artes (PSOL), duas devem polarizar a disputa a partir de 10 a 15 de setembro; quando o cenário começa a se desenhar, mas na última semana que antecede a onda da eleição,  vence quem não tiver um ex-prefeito para impedir a vitória nos 5 últimos km da maratona. Se me entendem.

LARA SEM MOURA

A ex-prefeita Lara Adriana Veiga Barreto Ferreira nunca carregou o sobrenome Moura, mas fez uso do mesmo nas disputas eleitorais de 2004 e 2008, assim como o faz seu esposo André Luiz Dantas Ferreira desde 1996, também sem o carregar como sobrenome. Mas tentando se descencilhar do rótulo que não agrega votos, se apresentará apenas como LARA.

SEM CHANCES

Para quem pensa que os nomes serão mantidos na urna mesmo com a substituição, como foi assim em Pirambu  (2004) e São Cristóvão  (2012), não contém com isso. Os pedidos de impugnação devem ser julgados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) até por volta de 20 de setembro.

NOVA INTERPRETAÇÃO

Partidários da ex-prefeita Lara Moura tem uma interpretação diferente de seus adversários. Segundo eles, ela ainda não é considerada Ficha Suja, pois não foi julgada pelo Plenário do Tribunal de Justiça, e sim por uma das turmas.  Assim, caberia recurso ainda no TJSE, podendo aquela decisão ser reformulada.  Há outras interpretações mas não as incluiremos nesta análise inicial.

CHEQUE MATE DO DEM

O DEM, presidido em Propriá pelo ex-prefeito de Telha, José João Nascimento e tendo na ex-prefeita Dona Menininha sua mais expressiva liderança decidiu dus semanas antes do final do prazo final para a realização das você coeso, que seu então pré-candidato não disputaria a eleição, mas que se posicionará nos dias que se seguiriam. E foi na manhã de 31 de julho que reunidos, a ex-prefeita e seus filhos ex-prefeitos Luciano Nascimento e Zé João convidaram e declararam apoio ao radialista e advogado Paulo Dantas, homologado candidato a prefeito em 4 de agosto.

UNIDOS POR PROPRIÁ

A candidatura de Paulo Dantas despertou o apoio do prefeito José Américo (PSC), QUE indicou sua vice-prefeita,  Ninha da Feira  (PSDB) para a reeleição.  Quatro anos antes ela foi indicada pelos Nascimentos para integrar a chapa de Américo.  A coligação "Unidos por Amor a Propriá" que tem Paulo Dantas para prefeito e e Ninha da Feira para vice prefeita, é integrada Para 11 partidos e um chapão de 22 candidatas proporcionais, sendo 15 de seco masculino e 7 do seco feminino, os quais disputa as onze vagas de vereadores  podendo eleger até 5.

CONSENSO OCO

Em busca de um consenso, as lideranças de oposição bateram cabe a e entre bolas na trave e gols contra,  lançaram o médico Valberto Lima  (SD) e Fernandinho Britto  (PDT), atraindo o apoio da ex vereadora Lúcia de Vado (PHS) e o indeciso PT, além do PMDB que vai mas não leva o coração. Os eleitores fiéis ao ex-prefeito Renatinho Brandão não engoliram a humilhação a ele imposta nesta arrumação.

DESISTÊNCIAS

No processo de arrumação pré e pós convenção, algumas dissidências foram registradas,  algumas previsíveis,  outras surpreendentes.  Inicialmente o policial e músico Isaías Silva (PSOL), que anunciou apenas um adiamento. Depois Lúcia de Vado (PHS) que deixou a condição de pré-candidata a prefeita e deverá concorrer a Câmara de Vereadores. Depois Paulinho Campos (PMDB) que mesmo do partido do governador Jackson Barreto, deverá retornar à diretoria do Hospital Regional de Propriá. Orlando do Tênis (PSB) abre em favor de Yokanaan Santana. E hoje o Rômulo Fotógrafo, que disputaria uma vaga de vereador pelo PSD.

YOKANAAN SANTANA

Quando todos achavam que os times já estavam definidos,  eis que da união selada entre o PSB e o PPS, surge a candidatura de Yokanaan Santana e de Hélio Gomes, duas figuras bastante queridas dos propriaense e que já arrasta quem havia se manifestado frustrado com a insípida chapa liderada pelo Solidariedade, partido da constelação dos irmãos Amorim. Membro do Centro de Cultura de Propriá e da Academia Propriaense de Letras, Yokanaan já  seria hoje a segunda força eleitoral, devendo ser ele (e não Valberto) quem polarizar mais a frente com o candidato do DEM.

PIRAMBU LIVRE 

O ex-prefeito José Nilton (PMDB) teve confirmado o que já prevíamos há 9 meses e se consolidou como candidato único da oposição,  reunindo em torno de si um arco de alianças composto por doze partidos e duas chapas proporcionais. Tenho como tema "Pirambu livre para todos", a coligação liderada por Zé Niltom tem seu ex-adversário Vado de Gago (PROS) como vice e manteve no bloco os ex-prefeitos Marcos e Sílvia  (PSB) e Juarez Batista  (SD), os 3x-pré-candidafos Elder Muniz  (PT) e Roseane Patrício  (PSD), além de atriz a Rede Solidariedade.

MAIOR ALIANÇA ELEITORAL 

A coligação liderada por Zé Nilton não é programática muito, menos Polirica,  ela é eleitoral e assim tem estatura e musculatura para vencer a eleição. Se esse grupo estivesse unido há quatro anos atrás não teríamos Elio Martins (PSC) na prefeitura disputando a reeleição.  E além do PMDB, do PROS, do PSB, do SD, da REDE, do PSD, a aliança que já é a maior da história política de Pirambu inclui também o PDT,  o PCdoB, o PT, o PPS, o PRP, PTdoB

NO RUMO CERTO

Candidatos a reeleição,  Elio Martins (PSC) e Guilherme (PR), conseguiu manter que na eleição passada elegeu Penas um dos nove vereadores,  atraiu por "ideologia" 5 dos 8 que lhe faziam oposição - apenas Acácia Cruz, Geilza Silva  (PMDB) e Badonho (PROS) permaneceram na oposição.  Mas não conseguiram montar chapas de forte coeficiente eleitoral.  Integram o bloco o PSC, PR, DEM, PRB e outros satélites.

ALTERNATIVA

De todas as dez pré-candidaturas que se insinuava desde o final do ano passado, fora das precisiveis: Elio Martins (PSC) e Zé Nilton  (PMDB), apenas Mirza Prado (PPL) manteve o nome, não antes ter acreditado no fogo de ensaio chamado Marcos Cruz (PSB), que não levou a frente o projeto de voltar a disputar a prefeitura. Mirza (PPL), que é médica veterinária e advogada, terá como vice o médico Mario Pisceta (PTB), não apresentando chapa competitiva para vereadores. 

MENSAGEM:

"Nada do que foi será igual ao que a gente foi um segundo".
- Lulu Santos.
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por Claudomir Tavares  (48), professor da rede municipal de ensino em Pirambu e estadual em Propriá. Escreve aos domingo neste espaço

sábado, 6 de agosto de 2016

GENALDO MELO: Imbecilidade Futebol Clube

O baiano é um dos elementos humanos da nação brasileira que mais são apaixonados pelo maior esporte do planeta, que é o futebol. É na Bahia aonde se encontram as maiores torcidas concentradas em tornos de clubes de futebol, provavelmente do país, destaque para as torcidas dos times do Vitória e do Bahia, sendo este último majoritário em números de torcedores.

Mas nos últimos anos os torcedores desses clubes têm sido vítimas de verdadeiras tragédias shakespearianas, de sofrimentos infindáveis nos dilacerados corações de amantes do futebol. Os dois principais clubes que deveriam ser orgulho dos baianos protagonizam verdadeiros espetáculos de vergonha por anda passam. Jogam péssimo futebol para demonstrar que apenas são clubes de futebol, apenas para demonstrar que estão na Primeira ou Segunda Divisão do futebol brasileiro, e nada mais!

Há muito tempo que em todos os clubes do futebol baiano não existe planejamento estratégico. os clubes de futebol na Bahia não trabalham para efetivamente serem campeões dos torneios que participam, mas apenas, e exclusivamente apenas, para se manterem aonde estão. Todos os anos a torcida agoniza na incerteza de se vai cair para outra Divisão ou não. Todos ao anos praticamente as torcidas comemoram nas ruas, geralmente nas últimas rodadas, simplesmente porque os clubes não foram rebaixados, porque se mantiveram...! isso é futebol?

E não adianta se redimir de culpa, pois ela é dos medíocres dirigentes que agem como se estivessem enclausurados em seitas. São tomadores de decisões que nunca mudam, apesar dos erros conhecidos e reconhecidos. Todos os anos são os mesmos erros e as mesmas persistências de erros dos mesmos que não mudam, e não vão embora daquela maldita Federação Baiana de Futebol, bem como das diretorias desses clubes. Trabalham somente para defender os interesses de alguns empresários. Resultado disso é que dois fatores sempre permeiam as decisões.

Em primeiro lugar, qualquer atleta que se destaca nos campos vai logo embora no ralo de contratos estapafúrdios para outros clubes de mais renomes. Em segundo lugar, todo os anos comemoram festas vazias pela contratação de jogadores, que pela idade e pelo péssimo futebol que jogam, os clubes de renomes não querem mais. É sempre assim, os melhores vão embora, e os piores vem simplesmente morar na Bahia.

Com todos esses dissabores enfrentados pelos torcedores do futebol baiano, ainda aparecem uns comentaristas que querem imitar as palhaçadas estapafúrdias que tentam envolver em emoções tolas os torcedores brasileiros, aquele funcionário da rede Globo, Gavião Bueno. Todas  as manhãs quando se liga a televisão nos telejornais de matérias esportivas, que se repetem em no mínimo três vezes no mesmo programa, são apresentadas as mais criativas desculpas das vergonhas e das derrotas dos clubes de futebol baianos. E todo dia depois das rodadas dos campeonatos brasileiros têm desculpas! Me poupe, viu!

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

ESTÁ FORA" Paulinho Campos desistiu de disputar a prefeitura de Propriá

O ex-vereador por dois mandatos e até recentemente superintendente do Hospital Regional de Propriá, Paulo Celestino Campos (PMDB), anunciou que não mais disputará a prefeitura de seu município. Em nota ele agradece o apoio do governador Jackson Barreto, do ex-prefeito Renato Brandão e as manufeataçôes De seus conterrâneos; alegando ainda ter cedido aos apelos de familiares. Confira ba integra a nota:

"Venho por meio desse breve comunicado, anunciar a minha desistência da pré candidatura a Prefeito de Propriá.
Gostaria de primeiramente agradecer ao Governador Jackson Barreto e ao Ex-Prefeito Renato Brandão, que me apoiaram ao longo dos últimos meses na tentativa de construção de um projeto que pudesse traduzir o sentimento da população propriaense.
Aos meus conterrâneos, que depositaram suas esperanças e expectativas em nosso projeto, só tenho a agradecer pela fidelidade e carinho que a mim foram dispensados gratuitamente.
Minha decisão de não mais disputar a eleição para Prefeito de Propriá foi tomada a partir de uma longa conversa com minha família, e por questões de cunho estritamente pessoal, optei por atender ao desejo dos meus familiares.
Conto com a compreensão dos amigos e simpatizantes do nosso projeto, ao passo em que retribuo a todos com o meus mais sincero abraço.
Paulinho Campos.'

Com a desistência de Paulinho, toda a oposição deverá marchar com o médico  Valberto Lima  (SD) que terá um adversário bastante forte, o advogado e radialista Paulo Dantas (DEM), confirmado em convenção rralizada na tarde de ontem,04; candidato a prefeitura de Propriá.
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por Redação | VOZ DO SÃO FRANCISCO - Ecoando as ondas de Propriá, integrando Sergipe e Alagoas

PEDRO CARDOSO: Reciclagem de bitucas

Existe uma queixa recorrente por parte da população de que os textos são repetitivos em demasia. A resposta é que, se estes se repetem, é porque os problemas continuam insolúveis. Por isso, volto à discussão sobre o mau hábito de os brasileiros jogarem objetos nas ruas sem nenhum constrangimento.

Iniciamos essa campanha de combate à sujeira das cidades em 1987. Dentre várias ações pessoais, destaco o livro Cultura da Sujeira, que escrevi em 1996 e o encaminhamento de um texto padronizado a todas as prefeituras do país, entre 1995 e 1998. A quem se interessar, posso encaminhar uma tabela com 20 ações individuais.

Não é um problema de fácil solução, em virtude da sua amplitude e variedade de aspectos.

Assim, foi que, a partir de 2015, o foco do combate passou a ser o hábito de se jogar as bitucas nas ruas e estradas.

Esse comportamento é generalizado entre gênero, idade, classe social e escolaridade. Não existe diferença entre fumantes analfabetos ou magistrados; ambos atiram as pontas de cigarro nas vias públicas, com a mesma naturalidade.

Aqueles mais cônscios de sua cidadania utilizam como cinzeiros os canteiros de obras, os jardins e as valas, de preferência. Jogam em qualquer lugar onde fiquem camufladas.

Costuma-se responsabilizar as autoridades pela falta de recipientes adequados. Depois, reforçar que as vias públicas pertencem à coletividade e não são bens particulares de ninguém. Um  bom  começo   para solucionar  essa   questão  é   difundir   a  ideia  de   que   a responsabilidade pela bituca é exclusiva do fumante. Em seguida, colocar várias ações em prática.

Nessa linha, todos os estabelecimentos comerciais deveriam colocar as chamadas bituqueiras na parte externa das entradas. Os feirantes, donos de barracas poderiam colocar cinzeiros, mesmo que improvisados com pequenos potes de vidro ou latas.

As grandes empresas poderiam ir mais longe e fornecer cinzeiros de bolso ou portáteis aos funcionários, podendo ser um simples tubo de ensaio. Essa iniciativa seria significativa se fosse seguida por todas as agências do Bradesco, do Itaú, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, Correios, entre outros.

Já as faculdades e escolas em geral, verdadeiros redutos de pontas de cigarro, deveriam dar uma educação suficientemente capaz de evitar que seus doutores saíssem jogando bitucas  nas vias públicas. Todos deveriam disponibilizar recipientes para reciclagem e colaborar com a entrega das bitucas em endereços disponíveis na internet.

Nessa luta, chego às raias da grosseria e espalho mensagens agressivas, como “fumante: rua não é cinzeiro” ou “bituca: jogar no chão é falta de educação”.

Tenho até uma sugestão para quem se interessar em produzir um vídeo: um casal vai pela estrada em período de muita seca. O homem machão vai dirigindo e fumando. Ele joga a bituca fora pela janela e o fogo se alastra de imediato. No mato, algo se mexe e a mulher reforça o mal que ele pode ter causado a algum animal ou até pessoa. Ele desdenha, faz chacota. Quando chegam em casa, ligam a TV e a abertura do maior jornal do Brasil refere-se a uma pessoa que morreu num incêndio causado por uma bituca de cigarro. A imagem do falecido vem devagar, crescendo... Quando a imagem fica nítida, eles percebem que se tratava do próprio filho. Acordar suado desse sonho fica a critério de quem produzir o referido vídeo.

Insistindo nessa questão, a meta a ser alcançada seria que nenhum fumante jogasse uma bituca em nenhuma cidade ou estrada do país inteiro até 2025. E para aqueles que acham essa tarefa impossível, apoio-me no pensamento do francês Jean Cocteau: “não sabendo que era impossível, foi lá e fez”.
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Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP, Bacharel em direito

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

CRUZ (...Credo): Eles sempre foram a/da classe dominante

Marcos e Silvia Cruz nunca pensaram no povo (... que não fosse da casa deles)

Silvia Cruz
Em 1982 o odontólogo (ele não é doutor) Marcos Lopes Cruz se elegeu prefeito de Pirambu pelo PDS (seu pai, Mário Trindade Cruz foi prefeito de Japaratuba e seu irmão Juarez Lopes Cruz de Pirambu pela UDN - que viraria ARENA e depois PDS). Administrou Pirambu com não de ferro perseguindo impiedosamente seus adversários.

Seis anos depois, já no PFL (que reunia as piores referências do PDS), rompeu o acordo firmado  com Carlos Amaral (PFL) vereador mais votado em 1982 e seu fiel escudeiro e decide importar César Rocha lannçnndo-o candidato a prefeito com a condição deste lhe retibuir quatro anos depois.
Para derrotar o agora 

dissidente Carlos Amaral que fora para o PSB de Valadares em 1987 e depois em 1988 para o PL do advogado João Fontes; então presidente da ENERGIPE (satélite de Valadares), Marcos cooptou seu ex adversário Nelson Vieira  (ex-PMDB) lançando o vice-prefeito (Nelson retornou para o PMDB em 1991).

Em 1992, César Rocha retribui o apoio e depois de uma gestão desastrosa (construiu dois quebra-molas na cidade e não acentou um paralepipedo nos povoados), apoiou Sílvia Cruz, esposa de Marcos para prefeito de Pirambu. Na gestão de César,  Marcos era Secretsrio de Obras e Sílvia de Saúde (apenas isso).  César indicou o vereador Evsldo de Carvalho, o Gago, para vice-prefeito.

Sílvia havia se comprometido com César Rocha e Gago em apoiar o vice para sucedê-la, mas assim como não honrou o compromisso com Carlinhos Amaral em 1988, o fez igual com Gago em 1996, apoiando o filho do deputsdo estadual Reinaldo Moura (PFL); André "Moura" para prefeito, com as bênçãos do economista José Nilton (PSDB) que foi um dos signatários desse acórdão das elites.

Mas André Moura não devolveu a chance dos Cruz retornou ao comando do município e disputou a reeleição, impondo a Marcos (já no PSB de Valadares), agora seu adversário, a segunda maior derrota proporcional do pais em 2000 - com o apoio dos Gagos, que fizeram acordo para receber salários atrasados.

Ambientado na oposição, Marcos disputou a Câmara de Vereadores em 2004 e assiste a derrota de Zé Nilton (substituído por Vado de Gago) para Elinho Martins (substituído por Juarez Batista).

O vereador Marcos consolida sua opção pelo poder econômico e recusa ser candidato a vice-prefeito de um filho de pescador, preferindo ser do "doutor" em 2008. Mas por pirraça e para facilitar o retorno dos Mouras ao poder estimulam e apostam na aventura de Vado em 2012 e assiste seu ex-aliado Nilton perder o comando da administração. Elinho é eternamente grato aos Gagos e aos Cruzes pela sua vitória naquela eleição.

Estamos em 2016 e 34 anos depois da ascenção e débacle, os Cruzes ainda tentam se manter em evidência,  ensaiaram candidatura a prefeito de um ou de outro,  mas ainda não decidiram para que lado irão cair...SE ME ENTENDEM!
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por Claudomir Tavares  (48), professor da rede pública municipal e estadual

ME ENGANA QUE EU GOSTO: Em Pirambu o esporte não é levado a sério

Administração municipal prefere a pirotecnia

Apesar de firmar cifras invejáveis para o Esporte no Orçamento Anual desde o segundo ano de sua gestão - em 2013 ele administrou com o orçamento elaborado pelo antecessor Zé Nilton (PMDB), o prefeito Elio Martins (PSC) negligenciou o setor, excetuando-se aa categorias de base de futebol do Olimpico Pirambu, graças ao empenho sacerdotal de Pedro Costa, Denisson Daltro e outros abnegados.

Afeito a pirotecnia, o orçamento foi consumido com incentivos às modalidades de esportes que sequer são praticados em nosso município,  isso para dar visibilidade na mídia e lhe credenciar numa artificialidade singular..

O município de Pirambu que já foi potência em Sergipe e no Nordeste no surf e no atletismo, tem definhando, chegando a indicadores desalentadores. Não fosse ações protagonizadas por professores de Educação Física da Escola Municipal Mario Trindade Cruz, a nossa correlação esportiva estaria zerada.

E são graças a estes abnegados que, com a correspondência biunívoca de estudantes, promovem há treze anos os Jogos Internos e em parceria com colegas de outras disciplinas participam de competições como os Jogos da Primavera.

Mas falta uma política de esporte inclusiva, uma gestão esportiva comprometida com a sustentabilidade e não com o fisiologisno corrosivo - a pasta que deveria cuidar de tão importante tarefa, ê um "balcão de negócio" advindo da "toma lá; dá cá" político.

Em três anos e meio de gestão,  apenas uma "mão de cal e tinta' na Quadra de Esportes Jairton Sanros, a deterioração do Estádio Erinaldo de Carvalho e vimos "desaparecer" a quadra poliesportivs Interna do Mario Trindade (as aulas de Educação Física ocorrem em área inadequada e com sol escaldante).

É neste cenário que saudamos aqui nossos educadores físicos por ações como o estímulo à pratica do Xadrez e conduzir nossos alunos para intercâmbio com a equipe de GRD Olímpica do Brasil no dia de ontem,  03.

E mais uma vez a administração municipal aproveitou para "pegar carona".
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por Claudomir Tavares, professor da rede municipal

FALTOSOS; Câmara de Pirambu não realiza sessões por falta de quórum

Se não bastasse a baixa produção legislativa que a coloca como uma das menos operosas de Sergipe, a Câmara de Vereadores de Pirambu deixou de realizar sessões ordinárias nesta terça e quarta-feira, 02 e 03,  por falta de quórum - ausência de vereadores ao trabalho.

Esperamos que o vereador Juarez Alves, presidente da casa,  proceda o corte do ponto dos faltosos e não venha com o corporativismo em aceitar desculpas injustificáveis.

A Câmara de Pirambu precisa ser passada a limpo e semanalmente vamos divulgar os nomes dos vereadores e vereadores que faltarem ao local de trabalho para o qual foram eleitos.

Ah, da mesma forma, vamos divulgar os nomes dos vereadores e os gastos exorbitantes em função de suas "participações" em eventos que não acrescentaram absolutamente nada ao Parlamento Municipal.

A Câmara de Vereadores é composta por Acácia Cruz, Antônio Ferreira, Deiviane Silva, Elze Morais, Geilza Silva, Gilvania Rocha,  Heribaldo de Carvalho, Ivan Biriba e Juarez Alves..

Estamos nos aproximando de mais uma eleição municipal e bem duvide qhe iremos ajudar a lembrar a trajetória de cada um deles/as na atual legislatura.
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por Claudomir Tavares, cidadão pirambuense

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

ARTIGO: Rápido Histórico da Pesca em Pirambu

A história de Pirambu gira em torno desta atividade que movimenta a economia e os desdobramentos sociais e políticos ao longo de sua existência (1)
Por Claudomir Tavares * | claudomir21@gmail.com


1. Antecedentes:

A pesca em Pirambu está relacionada com a sua origem. Já no início do seu povoamento, era essa a principal atividade de sua população que pescava às margens dos rios, lagoas e a beira do mar. O marco dessa atividade tem início com a criação da Colônia de Pescadores, não nos moldes atuais de organização de classe, em 30 de novembro de 1911, uma vez que “a idéia de Colônia de Pescadores se concretizou a partir de 1917”. (MA, 1983).

No final do século XIX e na primeira metade do século XX a pesca e a agricultura eram baseadas na troca de produtos: os que pescavam, trocava peixe por farinha, abóbora, feijão, milho. “A atividade agrícola rendia a moeda que movimentava a economia pirambuense”, segundo João Castelo.
Os meios de transportes e estradas eram precários ou inexistentes neste período e a vinda de produtos industrializados era algo de luxo, não chegando a fazer parte da relação de produtos a serem adquiridos pelos pescadores.

As casas eram na ampla maioria de taipa e cobertas de palha, ruas de areia e sem energia elétrica ou água encanada. Era uma colônia de pescadores na essência do nome, com apetrechos de pesca fazendo parte da paisagem quando não estavam sendo usados na atividade pesqueira.

2. Novos elementos:

Daquele momento para cá, pouco mudou na atividade pesqueira que tinha seu forte no rio Japaratuba e na modalidade tida como de subsistência. O tipo camponês-pescador era predominante durante todo o século XX, segundo a professora Gicélia Mendes. Ele alternava a atividade pesqueira com a agrícola, numa simbiose que alterava aquela relação de troca do início do século, sendo acrescida ainda à venda de produtos nas feiras livres de Japaratuba, Carmópolis, Capela, Maruim e Itabaiana, incluindo um elemento a mais no eclético camponês-pescador pirambuense. Eram utilizados redes, três maiôs, tarrafas, covos, puçás, groseiras, cuvus, jererés, camboas, e a canoa como transporte que viabilizasse boa parte da pesca com estes apetrechos de pesca.

3. O mar como saída:

A mudança mais significativa só veio surgir a partir da década de 70, com o surgimento da Pirambu Pesca (1976), da SUDEPE (1977) e da EMATER/SE (1978). A pesca ganha um novo impulso com a chegada do primeiro barco de pesca, o Cruzeiro do Sul, em 1976, substituindo a canoa que pertencia ao senhor Abelardo do Nascimento. Era o prenúncio da pesca industrial que seria implementada na década de 80.

Alguns atores sociais foram imprescindíveis nesta nova fase da pesca em Pirambu, sendo imprescindíveis citá-los para entender melhor esta história.

A EMATER/SE – Empresa de Desenvolvimento Agro-Técnica de Sergipe tinha atuação em Pirambu e adquiriu um barco, o Pelicano, em 1978, passando a explorar a atividade de pesca. Atualmente a Endagro – Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe com escritório em Japaratuba substitui a Emater-Se, mas sem atuação na pesca.

A SUDEPE – Superintendência de Desenvolvimento da Pesca chegou a possuir escritório em Pirambu, chefiado pelo engenheiro de pesca José Wilton Linhares Gomes, até que em 1988 houve a fusão com o IBDF – Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento Florestal, dando origem ao IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

A Pirambu Pesca foi à primeira tentativa de organização social bem sucedida em Pirambu. Organizada por um grupo de pescadores em 1976, funcionou na Rua Propriá (Atalainha), comprando um barco de pesca, o Cruzeiro do Sul. Com o apoio dos belgas Charles Watrin, Etiene Poncin e Gerard Olivier, as atividades da entidade envolviam ainda os pescadores Abelardo do Nascimento (Bebé), Antônio Vieira Nunes, Gilvan do Nascimento, Antônio Oliveira (Toinho de Izaltina) e mais Tutu e Bandurra. Em 1978 mais um barco foi adquirido, o Céu Azul. Posteriormente chegaram a Pirambu os seguintes barcos: Pelicanos, da Emater/SE, o Espadarte, do senhor Adalberto dos Santos – 1979, o Cruzeiro V do senhor Geniro dos Santos, o Monte Maul do senhor Tureba e o Catedral do senhor Gildinho – 1980; o São Geraldo, também conhecido como Gigantão, da Pirambu Pesca, o Joelma do senhor Luís dos Anjos e o Unidos, do senhor Adalberto dos Santos Filho – Foram, portanto estes os primeiros 10 barcos de Pirambu. O prédio da Pirambu Pesca localizado na Rua Tércio Veras foi inaugurado no dia 31 de janeiro de 1981 numa pomposa festa que teve cobertura da TV Sergipe, exibido em horário nobre da emissora.

A Colônia de Pescadores Z – 5 foi fundada em 30 de novembro de 1911. Reorganizada em 06 de julho de 1975 em conformidade com a Portaria nº 471/73 de 26 de dezembro de 1973. A entidade oficializa sua sede à Avenida Agostinho Trindade em 1983, reconhecida pela Lei Nº 2418 de 25 de abril de 1983. 10 anos depois, em 14 de novembro de 1993, a Colônia de Pescadores promove uma revisão dos seus estatutos, em vigor, registrado em 11 de julho de 1994, no cartório do 10º Ofício, em Aracaju.

CONDEPI – Outras entidades foram de grande importância para o desenvolvimento da pesca, algumas surgiram, tiveram vida curta, outras um bom período de atuação em Pirambu, mas nenhuma como o CONDEPI – Conselho de Desenvolvimento da Pirambu, criado em 1986 através do FUNDEC/Banco do Brasil, passando a concorrer diretamente com a Pirambu Pesca, até absorvê-la no final dos anos 80, incorporando prédio, patrimônio e ações administrativas.

4. A pesca se organiza:

Até primeira metade dos anos 80 pescadores e armadores (donos de barcos) se organizavam numa mesma entidade na base territorial que incluía além de Pirambu, os municípios de Carmópolis, Japaratuba e parte de Santo Amaro das Brotas (povoados Flecheiras e Boa Fé) e Barras dos Coqueiros (povoados Canal e Touro).

A partir de 1986, com a organização do Conselho de Desenvolvimento de Pirambu, que tinha entre seus sócios a Associação dos Pescadores de Pirambu, organizada por José Salviano e José Wilton, os donos de barcos priorizaram a participação nesta nova entidade, passando a ser hegemônicos e assumir o seu controle.

Na Colônia de Pescadores as relações se acirraram a partir de 1986. Neste ano eclode um movimento dos pescadores reivindicando melhores salários e condições de trabalho provocam o rompimento dos principais dirigentes da Colônia de Pescadores, José Salviano Machado neto e Josué Morais de Souza, respectivamente Presidente e Secretário da entidade eleitos em 1985. O primeiro defendia a classe patronal da qual ele fazia parte enquanto o segundo estava sintonizado com os pescadores, categoria que ele assume o comando no movimento dos pescadores, e após tentativa frustrada em 1987, passa a representá-los na presidência da Colônia de Pescadores a partir de 1989. Do movimento de 1986, surge a Associação dos Trabalhadores de empresas de Pesca de Pirambu – ATEPESCA pró-SINDIPESCA – Sindicato dos Pescadores de Pirambu.

Os pescadores dirigem a Colônia de Pescadores desde então com Josué Morais de Souza (1989/1991), Milton Nascimento (1991/1993) e Adelmo dos Santos (1993/95, 1995/97, 1997/99, 1999/2001, 2001/2003 e 2003/2005).

Em 1994 é instalado um Núcleo de Apoio aos Pescadores de Sergipe em Pirambu, cuja atuação é levada à parceria com o Movimento nacional dos Pescadores – MONAPE, sediado em São Luís, no Maranhão. O MONAPE atuava paralela a Confederação Nacional dos Pescadores, que neste momento tinha uma atuação contestada pela categoria em todo o país e a mobilização para conquistá-la e entregar aos pescadores era visível. O NAPES teve vida curta em Pirambu, não sobrevivendo por um ano.

5. Problemas de ontem e de hoje: desafios de hoje e de amanhã:

Os pescadores de Pirambu são literalmente “matadores de leões”. As dificuldades sempre existiram e continuarão a existir.

Os principais problemas enfrentados pelos pescadores eram os famosos “caxixis”, procedentes dos derramamentos das usinas e destilarias de álcool no rio Japaratuba, sendo aos poucos ampliados com o início da atividade petrolífera no Baixo Japaratuba, segundo pesquisa do professor Gilberto Santos. Aliado a isso, o assoreamento do rio, a falta do camarão e a falta de apoio e inexistência de políticas consistentes e não compensatórias e paliativas, tem levado o setor à quebradeira. A pesca já não resolve as questões de uma economia dependente da mesma. É preciso encontrar novas alternativas de pesca para indicar um norte capaz de manter Pirambu como uma das mais importantes bancas camaroneiras do nordeste.

6. Repensar a atividade pesqueira em Pirambu:

O município de Pirambu, indubitavelmente, ainda é uma das maiores e mais importantes bancas camaroneiras do Norte-Nordeste do Brasil.

Este título se deve a uma dezena de empreendedores que acreditaram no potencial pesqueiro deste porto e investiram de forma significativa, contribuindo para atrair outros investimentos que para cá vieram contribuir com o desenvolvimento da nossa economia, já há algumas décadas baseadas fundamentalmente na pesca.

Mas já há bastante tempo à pesca não responde as expectativas da comunidade no que diz respeito à geração de emprego e no montante da produção que se previa há pelo menos 15 anos.

Nos últimos anos o município vinha se destacando no campo do turismo. Paradoxalmente, a pesca não acompanha os mesmos níveis de desenvolvimento, o que exige um redimensionamento do setor, observando os mais amplos atores sociais envolvidos.

De acordo com Josué Morais de Souza, ex-presidente da Colônia de Pescadores de Pirambu, “é preciso ações emergenciais e estratégicas, como combater o assoreamento do rio, efetivar a dragagem, enfim, encarar a pesca como a principal atividade econômica de Pirambu e como tal a que mereça as mais importantes ações dos poderes públicos e da iniciativa privada”.

Preocupado com a crise da pesca em Pirambu e com a sobrevivência das comunidades ribeirinhas, o engenheiro de pesca Augusto César Coelho, coordenador da Reserva Biológica de Santa Izabel, alertou que “precisamos rediscutir o atual modelo de pesca de arrasto praticado em Pirambu. Estados como Alagoas e Bahia, por não ter uma política pesqueira sustentável, já não encontram em suas praias condições de praticar a pesca e hoje mandam suas embarcações para Sergipe. Se não tivermos o devido cuidado, no futuro teremos chegado também ao fundo do poço”, disse.

Segundo ele, não se pode colocar a culpa somente no pescador, “é preciso que se rediscuta a partir de uma somação de esforços para que possamos ter continuidade da atividade e das espécies marinhas”.
O poder público municipal não tem feito sua parte, deixando como diz o ditado popular, ‘o setor morrer a míngua’, o que tem sido lamentável.

Este artigo pretende ser uma metamorfose, devido às necessidades de atualizarmos a partir de contribuições valiosas dos nossos parceiros leitores.

Referências bibliográficas:

BRASIL: Ministério da Agricultura. Perfil das Colônias de Pescadores do Estado de Sergipe. Aracaju: Superintendência Regional de Sergipe, 1983.
BRASIL: Ministério da Agricultura. Portaria Nº 411/73: Estatuto para as colônias de pescadores. Brasília, 1973
A VOZ DO PESCADOR. Ano I – Nº 01 – De 31/out. a 07/nov. de 1986.
A VOZ DO PESCADOR. Ano I – Nº 02 – De 07 a 14/nov. de 1986.
A VOZ DO PESCADOR. Ano I – Nº 03 – De 11 a 21/nov. de 1986.
A VOZ DO PESCADOR. Ano I – Nº 04 – 26/nov. de 1986.
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Nota:

(1) Publicado pela primeira vez em 17/10/2004
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* Claudomir Tavares (48), é professor concursado das redes estadual em Propriá e municipal em Pirambu, Licenciado em História (2002), com Aperfeicoamento (2009) e Especialização (2012) em Gestao de Recursos Hidricos pela Universiade Federal de Sergipe. É membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, do Grupo de Estudos e Pesquiusas em Educação Patrimonial de Pirambu, do Centro de Cultura de Propriá e do Centro de Estudos Políticos e Sociais Karl Marx.