quarta-feira, 25 de maio de 2016

GENALDO MELO: O assassinato da Agricultura familiar no Brasil

Poucos analistas do cenário político brasileiro perceberam uma das maiores perversidades políticas orquestrada pelo novo Governo interino, coordenado pelo senhor Michel Temer, contra a grande massa de agricultores familiares brasileiros, e principalmente contra o processo que vinha sendo construído na produção do desenvolvimento social e econômico dos chamados Espaços Menos Densamente Povoados da nação brasileira. Não foi um fato isolado que deve ser esquecido e colocado em “brancas nuvens” essa maldade sem limites contra todos aqueles que são de fato os maiores responsáveis por colocar o alimento nosso de cada dia na mesa dos brasileiros.

Michel Temer simplesmente numa atitude política tresloucada resolveu acabar de vez com o Ministério de Desenvolvimento Agrário, para colocá-lo como uma simples Secretaria dentro de outro Ministério que nada tem a haver com a questão agrária no Brasil. Simplesmente decidir como Chefe de Estado “interino” que a Agricultura Familiar neste país não deve ser tratada como especial, e suas políticas próprias de Estado não serem mais coordenadas por uma estrutura político-administrativa própria, é simplesmente entender que esse Governo interino nada mais é do que um pseudogoverno golpista, desrespeitador, deselegante e sem compromisso com a construção do desenvolvimento rural sustentável de nosso País.

Compromisso apenas com o setor do agronegócio não é compromisso com o Brasil como um todo. Compromisso apenas com o setor responsável com o agronegócio, apenas com os grandes produtores de monoculturas de exportação é apenas o sinal claro do compromisso apenas com parte dos brasileiros, ou seja, com aqueles que produzem para os interesses particulares dos estrangeiros. Acabar com um Ministério responsável pelas políticas para os projetos de assentamentos rurais, para o desenvolvimento da Agricultura de porte familiar, para o fortalecimento da organização da produção com um todo, para a construção do desenvolvimento das identidades territoriais no campo, é desrespeitar a maioria do povo brasileiro.

Para compreender melhor o que está acontecendo com esse disparate desse Governo interino que parece que se alimenta apenas de produtos enlatados, importados de países produtores de produtos transgênicos e alimentos “químicos” literalmente nocivos à saúde humana, é preciso que se diga que com fim desse Ministério provavelmente muitas de suas Políticas Públicas estarão à deriva, e quem perderá não serão apenas os agricultores familiares desse país imenso e rico, sustentado em sua maioria pela própria Agricultura Familiar. Quem perderá mesmo é o Brasil!

É necessário uma resposta da sociedade brasileira à altura dessa maldade cientificamente maquiavélica, de que a bondade será aos poucos e a maldade de vez contra as populações menos desfavorecidas de nosso país. É preciso uma resposta clara e política em todos os espaços de atuação, principalmente dos Movimentos Sociais do campo, contra esse discurso prático e ditador de quem que compara a Juscelino Kubitschek, demite até mesmo garçom do Palácio do Planalto porque se parece com petista, e diz nas entrelinhas que quem manda é ele, e somente ele, e seus interesses neoliberais. É preciso reação urgente, porque esse golpe contra a Agricultura Familiar não é simplesmente um golpe contra o fortalecimento da Agricultura familiar em nosso país, é um golpe de fato contra o povo brasileiro!
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