segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

JUCY TAVARES: Reflexão sobre à luta sindical em Pirambu em 2019

Faltando alguns  dias  para  para finalizar  o ano, sem dúvida  é  tempo  de refletir, pois  bem, quem  tiver  coragem  pode  ler  até o final. Protesto em praça pública durante a semana? Onde já se viu? Sim, nós  professores da rede  municipal  de Pirambu fizemos,nas ruas,na praça, na feira,nos  povoados, na porta  da prefeitura, foram  várias  assembleias, estudos, audiências também.  A  maioria  da comunidade  reconheceu nossos esforços, alguns  se sentiriam  representados pelas  atitudes  de nós professores, outros não, houve  quem  proferisse: Essas pessoas têm que saber seu lugar, e lugar  de professor  é  na sala  de aula.  Pois bem, nos últimos, meses os corajosos/as professores e professoras tiveram a épica atitude de ir às ruas,denunciar e cobrar  seus  direitos, que estão previstos nas bases  legais educacionais.

Além de melhoria nas condições das escolas, alimentação  escolar  de qualidade, condições de trabalho, ou seja,suas reivindicações foram de melhoria da educação como um todo. Essa é uma batalha simbólica difícil de vencer.Sabemos!
Houve pessoas  que quando se depararam com as reivindicações reais dessa categoria essencial, rangeram os dentes, torceram o nariz e  até nos insultaram. Alguns falaram,outros pensam baixinho.Não  dá  para  agradar  a todos  não  é  mesmo?

Sindicatos não são perfeitos, longe disso,pricipalmente se não houver a força coletiva de TODOS.Assim como ocorre em outras instituições, em uma  mesma  categoria, podem possuir atores que resolvam voltar-se para os próprios umbigos e tornar a busca pelo poder e sua manutenção de privilégio mais importante,  que os objetivos  da sua classe,ou seja, o sentimento classista às vezes  não   importa para algumas pessoas. É normal, todos  tem  o direito  de livre  escolha.
Contudo, graças à organização e pressão dos trabalhadores, importantes conquistas foram obtidas para civilizar minimamente as regras do jogo ao longo  dos  anos  nesse  país, em Pirambu  a duras  penas  também, são  anos  de luta, por isso  temos uma  carreira e precisamos  lutar  por ela.

Existe  quem  pense que é esquizofrênico reclamar,porque no fim  o gestor  faz  o que  quer,e que as reivindicações de professores por melhores condições e por remuneração regular é o mesmo que  chutar  caixa de giz  vazia.
Mas mostramos que  ele,
(o gestor)  não  calou  a nossa  voz, pois  sabemos  que se dependesse  "dele" nos  mandaria para a senzala sem jantar.
Tivemos alguns  dissabores  da luta,
em alguns  momentos não existiu imparcialidade jornalística,fomos direta  e indiretamente atacados por assessorias. Qualquer estudante de jornalismo aprende nas primeiras aulas o que é imparcialidade,infelizmente alguns esquecem até que não se  deve  enganar o leitor, fazendo-o acreditar que aquilo que  defendem é a única intepretação possível da realidade. O problema de alguns  jornalistas não é a falta de imparcialidade e sim de transparência com relação ao ponto de vista. Mesmo assim,  houve  apoio  de alguns  meios jornalísticos a luta  da categoria.
Pessoalmente, apóio os professores e todo  trabalhador que se conscientize, reconheçam-se nos problemas,que dizem não, e se manifestam até que a sociedade entenda e os patrões escutem.

E mesmo que a manifestação e vida  sindical  torne  minha  vida  um  absurdo,cansativa, não  aceitarei  jamais  que o magistério  continue sendo tratado como profissão de segunda categoria,e onde os aliados  de gestores tenham   prioridade ,enquanto professores  que  ralam  no chão  da escola  são humilhados, a pontos  de ser  alvo  de repressão, pois  em ato público  até  a polícia  foi  acionada  para  retirar  professores  da frente  da prefeitura de Pirambu, como  se as despesas  daquele prédio  não  fossem  pagas  por nós.
Lembram?

Muitos  foram  solidários  a nós  naquele  momento, outros  não.
Uma educação de baixa qualidade, insuficiente, não é culpa exclusiva de professores como gestores da pasta da educação dizem, mas isso deve  ser  porque  passam longe das demandas profissionais deles, onde fecham  os olhos,  quando quem  tem que  gastar  do próprio  bolso  para  tentar  proporcionar  algo  melhor para  os  alunos são professores "mal tratados" durante  todo  ano,  como pode professor mudar a sozinhos a educação?

Por fim, como sempre escrevo, é chato  o discurso cansativo de que os professores podem fazer sozinhos com que alunos vençam na vida apenas com seu esforço individual  apesar de toda a adversidade, tirando a responsabilidade do poder público e da sociedade. O poder  público  tem  responsabilidade SIM!  E deve  cumprir!
Que  tipo  de educação  estamos  oferecendo?
Educar pode significar libertar ou enquadrar.
Liberta  quando  há  investimento, preocupação  como  os alunos,professores ,funcionários, políticas  educacionais  eficientes.
Enquadra quando oferecem  o mínimo do  possível  para ter  uma  sociedade  leiga  enquadrada aos objetivos dos  projetos de grupos políticos.

Que tipo de educação precisamos ter? Para essa tarefa, precisamos de professores bem formados conscientes e assessorados por uma  Secretaria  de Educação que  precisar  ter  uma  equipe  técnica atuante  e comprometida com  a educação, condições de trabalho, professores remunerados em dia,  qualidade  de alimentação  escolar, escolas  atrativas, são fundamentais e todo  e qualquer  gestor  deveria  saber disso.
Mas a realidade  que vivemos em Pirambu, é  outra bem  diferente .
Em algumas sociedades, pessoas protestam, discutem, debatem, discordam, mudam, são úteis para fazer um país crescer. Por aqui, são vistas com desconfiança . Ironia? Não, ignorância, talvez!

Um bom exercício seria tentar entender e relatar as manifestações de professores como algo que faz parte das necessárias disputas sociais e econômicas e não tema para desqualificação, pois  se tudo  estivesse  bem  não  precisariam ter que  chegar ao ponto  de ir às ruas  reivindicar.  Ao contrário, do que muitos  pensam,ao organizarem uma manifestação por menor  que  seja e reivindicarem por uma vida melhor, os professores estão dando talvez uma das mais importantes aulas para seus alunos, a aula  de CIDADANIA.
Porque nem tudo o que se ensina está em sala de aula.

Enfim, espero  o espírito  de renovação possa  fazer  os nossos  gestores  e nós  mesmos, rever  algumas  atitudes  e situações,e que  em 2020 a situção  possa  mudar  para  melhor e que tenhamos  tranquilidade inclusive para trabalhar, porque  esse  ano que  está  prestes  a se encerrar  foi  e está  sendo muitíssimo  difícil.

Dias  melhores  pra sempre!

FELIZ ANO NOVO, para  todos  e todas!

Att: Jucy Tavares

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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Aconteceu no Brasil: Rafael Marinho lançará livro em Pirambu.

Em Lisboa (Portugal), onde se prepara para defender sua Tese de Pós-Graduação Strictu-Srnsu, o advogado e escritor sergipano Rafael Marinho (foto) de Souza, está com seu novo livro, "Aconteceu no Brasil", pronto para ser lançado em janeiro de 2020 na cidade do Porto, cujos relatos estabelecem um paralelo entre a cidade praiana (onde é ambientado) e nosso país. O livro sai pela Editora Chiado Books, estando o memorialista  sendo também convidado para expor sua obra durante a 1ª Feira Literária de Pirambu, prevista para acontecer em março do próximo ano.