Faltando alguns dias para para finalizar o ano, sem dúvida é tempo de refletir, pois bem, quem tiver coragem pode ler até o final. Protesto em praça pública durante a semana? Onde já se viu? Sim, nós professores da rede municipal de Pirambu fizemos,nas ruas,na praça, na feira,nos povoados, na porta da prefeitura, foram várias assembleias, estudos, audiências também. A maioria da comunidade reconheceu nossos esforços, alguns se sentiriam representados pelas atitudes de nós professores, outros não, houve quem proferisse: Essas pessoas têm que saber seu lugar, e lugar de professor é na sala de aula. Pois bem, nos últimos, meses os corajosos/as professores e professoras tiveram a épica atitude de ir às ruas,denunciar e cobrar seus direitos, que estão previstos nas bases legais educacionais.
Além de melhoria nas condições das escolas, alimentação escolar de qualidade, condições de trabalho, ou seja,suas reivindicações foram de melhoria da educação como um todo. Essa é uma batalha simbólica difícil de vencer.Sabemos!
Houve pessoas que quando se depararam com as reivindicações reais dessa categoria essencial, rangeram os dentes, torceram o nariz e até nos insultaram. Alguns falaram,outros pensam baixinho.Não dá para agradar a todos não é mesmo?
Sindicatos não são perfeitos, longe disso,pricipalmente se não houver a força coletiva de TODOS.Assim como ocorre em outras instituições, em uma mesma categoria, podem possuir atores que resolvam voltar-se para os próprios umbigos e tornar a busca pelo poder e sua manutenção de privilégio mais importante, que os objetivos da sua classe,ou seja, o sentimento classista às vezes não importa para algumas pessoas. É normal, todos tem o direito de livre escolha.
Contudo, graças à organização e pressão dos trabalhadores, importantes conquistas foram obtidas para civilizar minimamente as regras do jogo ao longo dos anos nesse país, em Pirambu a duras penas também, são anos de luta, por isso temos uma carreira e precisamos lutar por ela.
Existe quem pense que é esquizofrênico reclamar,porque no fim o gestor faz o que quer,e que as reivindicações de professores por melhores condições e por remuneração regular é o mesmo que chutar caixa de giz vazia.
Mas mostramos que ele,
(o gestor) não calou a nossa voz, pois sabemos que se dependesse "dele" nos mandaria para a senzala sem jantar.
Tivemos alguns dissabores da luta,
em alguns momentos não existiu imparcialidade jornalística,fomos direta e indiretamente atacados por assessorias. Qualquer estudante de jornalismo aprende nas primeiras aulas o que é imparcialidade,infelizmente alguns esquecem até que não se deve enganar o leitor, fazendo-o acreditar que aquilo que defendem é a única intepretação possível da realidade. O problema de alguns jornalistas não é a falta de imparcialidade e sim de transparência com relação ao ponto de vista. Mesmo assim, houve apoio de alguns meios jornalísticos a luta da categoria.
Pessoalmente, apóio os professores e todo trabalhador que se conscientize, reconheçam-se nos problemas,que dizem não, e se manifestam até que a sociedade entenda e os patrões escutem.
E mesmo que a manifestação e vida sindical torne minha vida um absurdo,cansativa, não aceitarei jamais que o magistério continue sendo tratado como profissão de segunda categoria,e onde os aliados de gestores tenham prioridade ,enquanto professores que ralam no chão da escola são humilhados, a pontos de ser alvo de repressão, pois em ato público até a polícia foi acionada para retirar professores da frente da prefeitura de Pirambu, como se as despesas daquele prédio não fossem pagas por nós.
Lembram?
Muitos foram solidários a nós naquele momento, outros não.
Uma educação de baixa qualidade, insuficiente, não é culpa exclusiva de professores como gestores da pasta da educação dizem, mas isso deve ser porque passam longe das demandas profissionais deles, onde fecham os olhos, quando quem tem que gastar do próprio bolso para tentar proporcionar algo melhor para os alunos são professores "mal tratados" durante todo ano, como pode professor mudar a sozinhos a educação?
Por fim, como sempre escrevo, é chato o discurso cansativo de que os professores podem fazer sozinhos com que alunos vençam na vida apenas com seu esforço individual apesar de toda a adversidade, tirando a responsabilidade do poder público e da sociedade. O poder público tem responsabilidade SIM! E deve cumprir!
Que tipo de educação estamos oferecendo?
Educar pode significar libertar ou enquadrar.
Liberta quando há investimento, preocupação como os alunos,professores ,funcionários, políticas educacionais eficientes.
Enquadra quando oferecem o mínimo do possível para ter uma sociedade leiga enquadrada aos objetivos dos projetos de grupos políticos.
Que tipo de educação precisamos ter? Para essa tarefa, precisamos de professores bem formados conscientes e assessorados por uma Secretaria de Educação que precisar ter uma equipe técnica atuante e comprometida com a educação, condições de trabalho, professores remunerados em dia, qualidade de alimentação escolar, escolas atrativas, são fundamentais e todo e qualquer gestor deveria saber disso.
Mas a realidade que vivemos em Pirambu, é outra bem diferente .
Em algumas sociedades, pessoas protestam, discutem, debatem, discordam, mudam, são úteis para fazer um país crescer. Por aqui, são vistas com desconfiança . Ironia? Não, ignorância, talvez!
Um bom exercício seria tentar entender e relatar as manifestações de professores como algo que faz parte das necessárias disputas sociais e econômicas e não tema para desqualificação, pois se tudo estivesse bem não precisariam ter que chegar ao ponto de ir às ruas reivindicar. Ao contrário, do que muitos pensam,ao organizarem uma manifestação por menor que seja e reivindicarem por uma vida melhor, os professores estão dando talvez uma das mais importantes aulas para seus alunos, a aula de CIDADANIA.
Porque nem tudo o que se ensina está em sala de aula.
Enfim, espero o espírito de renovação possa fazer os nossos gestores e nós mesmos, rever algumas atitudes e situações,e que em 2020 a situção possa mudar para melhor e que tenhamos tranquilidade inclusive para trabalhar, porque esse ano que está prestes a se encerrar foi e está sendo muitíssimo difícil.
Dias melhores pra sempre!
FELIZ ANO NOVO, para todos e todas!
Att: Jucy Tavares
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segunda-feira, 30 de dezembro de 2019
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
Aconteceu no Brasil: Rafael Marinho lançará livro em Pirambu.
Em Lisboa (Portugal), onde se prepara para defender sua Tese de Pós-Graduação Strictu-Srnsu, o advogado e escritor sergipano Rafael Marinho (foto) de Souza, está com seu novo livro, "Aconteceu no Brasil", pronto para ser lançado em janeiro de 2020 na cidade do Porto, cujos relatos estabelecem um paralelo entre a cidade praiana (onde é ambientado) e nosso país. O livro sai pela Editora Chiado Books, estando o memorialista sendo também convidado para expor sua obra durante a 1ª Feira Literária de Pirambu, prevista para acontecer em março do próximo ano.
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